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Setor calçadista contabiliza 10 novos investimentos no Ceará
Economia

Setor calçadista contabiliza 10 novos investimentos no Ceará

Parque fabril cearense para o setor cresceu em cenário nacional de maior concorrência entre os estados e fica atrás apenas do Rio Grande do Sul
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Setor calçadista cearense teve seu parque fabril ampliado em 2019. (Foto: DIVULGAÇÃO / PREFEITURA DE JUAZEIRO DO NORTE)
Foto: DIVULGAÇÃO / PREFEITURA DE JUAZEIRO DO NORTE Setor calçadista cearense teve seu parque fabril ampliado em 2019.

O polo calçadista no Ceará foi ampliado em 2019. Foram contabilizados 10 novos investimentos, dentre a ampliação e a instalação de fábricas, que permitiram a exportação de US$ 209,25 milhões em produtos, além de manutenção no topo da produção do setor no Brasil.

De acordo com os dados do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), o desempenho cearense na balança comercial do setor no País foi de 21,64% do total até novembro. À frente do Estado, somente o Rio Grande do Sul, que responde por 50% das exportações, sob o valor de US$ 484,8 milhões. O total nacional foi de US$ 967,1 milhões, uma queda de 3,8% no desempenho do setor.

Um dos investimentos realizados no Ceará foi feito pela Coopershoes, que no mês de dezembro investiu mais de R$ 20 milhões na abertura de uma unidade fabril da Topshoes, em Quixeré (a 165 km de Fortaleza). Serão contratados 500 funcionários para iniciar uma produção prevista para 10 mil pares de calçados das linhas Rainha e Topper por dia.

O Grupo também possui a fábrica Coopershoes em Morada Nova (a 170 km de Fortaleza). O diretor da Coopershoes e da Topshoes, Laercio Brebes, comenta que o setor calçadista brasileiro se recupera da crise econômica. No caso do grupo, desde o segundo semestre de 2018, um melhor cenário é observado. "Por isso, os investimentos estão sendo realizados".

Ainda de acordo com Laercio, além da abertura da fábrica em Quixeré, outros R$ 6 milhões foram investidos na planta de Morada Nova, que já tem oito anos de fundação. A capacidade de produção chega a 22 mil pares de calçados da linha All Star por dia e emprega 2,5 mil pessoas, com previsão de contratação de mais 200 a 300 funcionários em 2020. Desde que chegou ao Estado, o grupo calçadista já investiu aproximadamente R$ 60 milhões.

A disputa entre os estados para atrair esses investimentos tem crescido com o passar dos anos e intensificado a "guerra fiscal". De acordo com o titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado (Sedet), Maia Júnior, o acirramento deve ser ainda maior em 2020, já que no segundo semestre de 2019 São Paulo anunciou a redução de 50% nos impostos para o setor em Franca, Birigui, que competem com o Rio Grande do Sul, Paraíba, Bahia, Sergipe e Ceará na indústria calçadista.

Ele ainda enumera outros investimentos como a negociação para ampliação de fábricas de Aracati. São estes: Dilly (Brejo Santo),

Calçados Senador Pompeu (Senador Pompeu), Dakota (Quixadá), Sapatoterapia (Aracati), Neorubber (Solonopole), Calçados Terra Quente (Boa Viagem), Becker (Pentecoste), AJ Alves Calçados (Irauçuba).

O presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado (Adece), Eduardo Neves, avalia 2019 como um ano positivo na atração de investimentos do setor no Ceará. Em novembro, Eduardo esteve na feira de calçados Zero Grau, no Rio Grande do Sul, e duas empresas instaladas no Ceará anunciaram que têm a expectativa ampliar investimentos no Estado em 2020.

E a já anunciada ampliação da atuação da Adece na captação de investimentos e instalação, segundo o presidente, terá sete focos: energias renováveis, turismo, desenvolvimento hídrico, setores têxtil, calçados e confecções, comércio e serviços e tecnologia da saúde.

"Interessante é que os municípios se preparem para isso, arrumando a casa para receber esses investimentos. Temos uma plataforma municipal que garanta a identificação das locações, para que possamos descentralizar o desenvolvimento da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), levando principalmente no Interior", complementa.

 

Em alta

Puxada pela indústria calçadista, a alta na exportação de Juazeiro do Norte foi de 44,65%, passando de US$ 477 mil para US$ 690 mil em 2019.

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