A estrutura educacional mais flexível, como a testada neste período de isolamento social em razão da pandemia de Covid-19, é a ideal para facilitar processo de aprendizagem no ensino superior. É o que defende o economista e CEO da Escola de Negócios Saint Paul, José Claudio Securato.

Em entrevista ontem ao editor-chefe de Economia e Negócios do O POVO, Jocélio Leal, ele frisou o chamado blended learning (ensino híbrido), cujo sistema combina o virtual e presencial, mas falou da importância da educação a distância.

"Quando a gente adota o híbrido, há o tempo para preparação e os encontros. Existe, portanto, um fluxo e uma certa pressão por resultado do aluno, que tem uma jornada a cumprir. Quando você está 100% online, é muito importante redesenhar essa trajetória para que esse incentivo e engajamento continue", analisou durante a live.

Ele exemplificou que a ferramenta já era utilizada na Saint Paul, com recursos de inteligência artificial. Outro ponto, acrescentou, é permitir uma sala de aula invertida - metodologia na qual a lógica é readaptada para o estudante falar antes do professor, expor e debater os conhecimentos adquiridos e depois ser orientado em caso de dúvidas.

Securato ponderou, no entanto, que o processo totalmente a distância também é positivo quando bem estruturado e elimina as limitações geográficas que os estudantes podem enfrentar ao escolher as instituições. "Mas o ideal, sem sombra de dúvidas, é o híbrido... Lembrando que o Brasil tem muito para se fazer em termos de educação e qualquer esforço deve ser valorizado", avaliou.

No Ceará, escolas privadas conseguiram se adequar rapidamente a novos modelos. O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe), porém, não estima quantas estão mantendo a rotina via plataformas digitais.

Já as redes públicas estão com apenas cerca de 50% dos municípios com aulas onlines em razão da dificuldade de acesso à internet, de acordo com o levantamento realizado em maio da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime-CE).

Securato destacou ainda que a pandemia acelerou transformações já em curso. "Vejo duas grandes mudanças sobre o futuro da educação: como a forma de prender e o que aprender. Além de sair de um modelo mais estético e físico para um mais digital e híbrido, tem uma evolução em termos de competências daquilo que aprendemos que está muito alinhado ao cognitivo", explanou.

"Vamos ter de aprender como construir soluções, reinventar caminhos e migrar de um mundo mais estático para um mais flexível". Durante a live, o economista também falou sobre como os investidores devem agir com "parcimônia" diante das incertezas do mercado e observar os riscos diante da crise sanitária, mas frisou que a taxa de juros (2,25%) é a menor da história e a inflação baixa (1,88%). Cenário que favorece os investimentos.

"Tem gente indo para a Bolsa pela primeira vez e não podemos esquecer de regras fundamentais: investimento de bolsa é de longo prazo. Deve-se olhar o fundamento da empresa, gestão, capacidade de atravessar uma crise, de se reinventar, de apostar em novos canais e modelos de negócios para consolidar o resultado lá na frente", disse.

 

Conheça a Saint Paul

A escola de negócios nasceu em 2002 com cursos corporativos e posteriormente cursos abertos de educação executiva, começando graduação, pós-graduação e MBAs em 2012.

Cursos
Atualmente, são nove linhas de produtos: cursos corporativos, educação executiva, educação executiva em parceria com B3 Educação, graduação, pós-graduação, MBAs Multicompany, MBAs UNI7, MBAs Executivo Internacionais e High Impact Programs (que são programas para alta liderança que tratam de temas como inovação, transformação digital, mudança de mindset da ciência tradicional da administração e formação para mulheres conselheiras).

Atuação

Além de São Paulo, estão Fortaleza desde 2014, por meio do Centro Universitário 7 de Setembro. Mas também atuam em todo o Brasil.