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Hotéis voltam a reabrir no Ceará e miram no turista doméstico
Economia

Hotéis voltam a reabrir no Ceará e miram no turista doméstico

Mais de 30 empreendimentos já confirmaram retorno das atividades até setembro, segundo Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Ceará (ABIH-CE)
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Hotel Villa Mayor já aplicou mudanças para a retomada (Foto: Barbara Moira)
Foto: Barbara Moira Hotel Villa Mayor já aplicou mudanças para a retomada

Com os restaurantes e barracas de praia autorizados a funcionar até as 23 horas e o retorno gradual dos voos aéreos, aos poucos, os hotéis começam a reabrir as portas no Ceará. Mais de 30 grandes empreendimentos já confirmaram retorno das atividades até setembro, segundo a Associação Brasileira da Indústria dos Hotéis no Ceará (ABIH-CE). Sem perspectivas de grandes eventos para este ano, com valor médio de diárias no mesmo patamar de 2019 e protocolos sanitários, o setor mira no turismo doméstico para se reerguer.

Embora o segmento de hotéis não tenha sido impedido de funcionar durante a pandemia pelos decretos do Governo do Estado, muitos decidiram suspender temporariamente as atividades diante da falta de demanda.

Dados da ABIH mostram que a taxa de ocupação média em Fortaleza, em junho, foi de 8,61%. Bem distante dos 64,08% registrados em igual mês do ano passado. Uma queda de 86,6%. Neste primeiro semestre, a taxa de ocupação dos hotéis teve variação negativa de 42,6%, na mesma base de comparação.

O valor médio da diária no semestre se manteve praticamente o mesmo de 2019, R$ 226,01. Já o RevPar, indicador que evidencia a performance do hotel a partir da receita média por quarto disponível, caiu, em média, 42,6% no semestre. Situação não muito diferente do restante do País.

"Alguns hotéis, principalmente os flats, continuaram funcionando o tempo todo porque têm condôminos, mas praticamente 90% dos hotéis no Estado pararam porque não justificava a operação. Com a volta dos restaurantes, das barracas, agora em julho, os hotéis começaram a reabrir, o que deve prosseguir em agosto e em setembro de acordo com a estratégia de cada um", explica o presidente da ABIH-CE, Régis Medeiros.

Dentre as reaberturas previstas para agosto estão o Gran Marquise, Hotel Beira Mar, Oásis Atlântico, Praia Centro, Hotel Parque das Fontes, Sonata, Vela e Mar, Hotel Ibis Praia de Iracema, Maredomos, Iu-á Hotel e uma parte dos hotéis ligados ao complexo do Beach Park.

A volta do parque aquático, considerado o maior da América Latina, é vista com grande expectativa pelo setor. A data de reabertura oficial deve ser definida nesta semana.

Mas, se o mês de agosto costumava ser considerado um marco para o turismo cearense em função da alta temporada europeia, agora, a vinda deste turista já é dada como perdida. Até mesmo por conta das restrições de voos internacionais. O foco tem sido em criar a estrutura necessária para a volta do turista doméstico neste segundo semestre.

"Sabemos que será uma retomada lenta e que depende de muitos fatores como a redução do número de casos de Covid-19, do aumento dos voos, da retomada da atividade econômica e dos equipamentos turísticos. Acredito que esta volta virá inicialmente com o turismo regional e nacional, quem pode vir de carro, de ônibus, voos de curtas distâncias. Depois, conforme as pessoas forem ficando mais tranquilas de viajar, vamos crescendo um pouco mais a cada mês", afirma Medeiros.

Ainda não há definição se a tradicional Festa de Réveillon na Beira Mar, que costuma atrair milhares de turistas ao Estado, será mantida pela Prefeitura de Fortaleza. E, por enquanto, a realização de eventos segue proibida no Estado. "Os eventos pequenos, de até 150 pessoas, era para ter retomado nesta semana, mas não ocorreu. E nem há previsão se os grandes voltarão neste ano", acrescenta a presidente da Câmara Setorial de Turismo de Eventos, Anya Ribeiro.

Para ela, o começo de uma recuperação mais sólida do setor, na melhor das hipóteses, virá em 2021. "Este ano já é considerado perdido, com um impacto terrível no setor, porque não é simplesmente abrir a porta e funcionar. É preciso planejamento, a captação de recursos de eventos leva, no mínimo, dois meses a um ano ou mais. O turismo de eventos dependerá muito da recuperação dos setores, da retomada da confiança".

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