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Participação de investidores estrangeiros no Ceará mais que dobra em dez anos
Economia

Participação de investidores estrangeiros no Ceará mais que dobra em dez anos

Neste primeiro semestre, o Estado contabilizou 8,5 mil investidores de outros países. Em 2010, não passavam de 4,1 mil
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Raio X do investimento estrangeiro (Foto: luciana pimenta)
Foto: luciana pimenta Raio X do investimento estrangeiro

No primeiro semestre deste ano, o Estado contabilizou 8,5 mil investidores estrangeiros. Foram US$ 4 bilhões em aporte direto em 139 municípios, de acordo com a edição 2020 do levantamento B.I. Investimento Estrangeiro no Ceará. O número de investidores é mais do que o dobro do ano inteiro de 2010 (4,1 mil). Para o cenário pós-pandemia, há grande expectativa sobre os setores de energia renováveis, saúde, saneamento, agronegócio e logística.

O estudo feito pela Câmara Brasil Portugal no Ceará (CBP-CE), com apoio da Junta Comercial do Estado, também mostrou que apesar da crise econômica agravada pela pandemia ter diminuído o ritmo de atração de investidores ante 2019, os investimentos seguem no Estado. De janeiro a junho, 153 novos negócios com aportes internacionais foram firmados no Estado, resultando em 5,8 mil empresas com capital estrangeiro no Ceará. Alta de 122,5%, ante as 2,6 mil de 2010.

Embora o destino do recurso de fora ainda esteja muito atrelado a como os países reorganizarão as suas atividades comerciais, ao tempo que levará para se encontrar uma solução para a pandemia e à volta mais consistente do consumo, há um cenário de oportunidades.

Ontem, durante o evento virtual Ceará Global 2020 - o futuro em 360º, a secretária executiva do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado, Roseane Medeiros, afirmou que alguns setores têm se mostrado mais resilientes.

Dentre estes, o de energias renováveis que já estava em alta antes da pandemia e deve seguir crescendo. O que pode impulsionar não apenas a instalação de mais parques eólicos e solares no Estado, como a de fabricantes de equipamentos.

"Estamos apostando muito na atração de empresas na área da saúde. Precisamos ter mais independência dos fornecedores tradicionais, na pandemia houve dificuldade grande para arrumar fornecedores até de coisas simples", afirmou Roseane.

Ela ainda reforçou que a chegada das águas da transposição do Rio São Francisco vai possibilitar mais projetos na área de recursos hídricos e favorecer o agronegócio no Estado.

O novo marco do saneamento e gás também pode atrair parcerias, observou o vice-presidente da Federação Brasileira de Câmaras de Comércio Exterior, Rômulo Alexandre Soares.

"A ligação aérea ajudou muito para criação de uma primeira conexão. Isso ocorreu, por exemplo, com a Colômbia, a partir dos voos da Avianca e, mesmo não tendo mais a empresa, os negócios continuaram. Também há um crescimento de investimento chinês".

Ele acrescentou que a infraestrutura logística criada em torno do Porto do Pecém fez com que hoje os investimentos fossem descentralizados. Se em 2010, Fortaleza concentrava quase 70% dos negócios estrangeiros, hoje divide a liderança com São Gonçalo do Amarante.

Raio X do investimento estrangeiro
Foto: luciana pimenta
Raio X do investimento estrangeiro

 

Logística

Hoje, exportar melão para a China pelo mar tem custo logístico mais alto, teria de mandar para o porto de Santos, em São Paulo, ou para o Sul da Espanha para fazer um transbordo. Isso demanda mais de 40 dias.

 

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