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Quando é interessante investir em criptomoedas
Economia

Quando é interessante investir em criptomoedas

As moedas digitais são ativos que tiveram grandes valorizações no último mês, o que chama atenção dos investidores. O POVO preparou guia com dicas para quem vê nelas uma oportunidade
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Investidores investem nas criptomoedas como  forma de proteção contra a inflação (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Investidores investem nas criptomoedas como forma de proteção contra a inflação

XRP, Stellar, Aave, Bitcoin. Estes nomes não são mais vistos com estranheza entre investidores atentos às criptomoedas. Essas são algumas das moedas digitais que apresentaram maiores altas no mês de novembro de, respectivamente, 177,16%, 161,57%, 154,78% e 33%. Para quem vê nelas uma oportunidade de ganho, O POVO preparou um guia de como investir com segurança em criptomoedas.

Apesar de valorização recente, é preciso esclarecer que este é um mercado bastante volátil e que requer mais experiência. Vale lembrar que durante a fase mais difícil da crise, a procura por criptomoedas havia caído e voltou a aumentar, mas ainda se levanta o questionamento se são bons investimentos.

Isso porque a valorização das moedas digitais diz respeito à lei da oferta e da procura: esse mercado depende da alta da demanda e praticamente somente isso. Diferentemente das moedas tradicionais, como dólar ou euro, que variam conforme a política, por exemplo.

Thomaz Bianchi, assessor de investimentos head da Mesa de Renda Variável da M7 Investimentos, esclarece que esse tipo de ativo é uma reserva de valor, como o ouro, mas não pode ser considerado um investimento similar ao mercado de ações, em que o investidor se torna sócio em empresas que podem gerar lucros e dividendos.

A forma de investir nesse mercado se dá de duas maneiras, direta e indireta, num processo de escolher o local onde trocar papel moeda pelo ativo, e selecionar onde custodiar. E, para transacionar, é preciso selecionar uma corretora especializada ou guardar o recurso em algum outro local, como carteiras digitais em nuvem ou mesmo numa carteira física, como seu computador ou pendrive.

Thomaz destaca que existem formas indiretas de fazer transações, investindo em ativos geridos por fundos, que otimizam e escolhem o melhor criptoativo. "Acho importante ter criptomoedas na carteira, para diversificar os investimentos, mas é preferível terceirizar a manipulação do ativo, pois são um ativo de risco, ainda maior do que moedas como dólar e euro, por exemplo", avalia.

Rudá Pellini, cofundador da Wise&Trust, fintech norte-americana de gestão de investimentos em ativos digitais, frisa que as criptomoedas compartilham diversas características com as moedas comuns que estamos acostumados a utilizar. Mas afirma que existem diferenças importantes. "O grande diferencial dessas moedas é serem digitais. Elas funcionam através de algoritmos de computador e possuem um sistema de criptografia extremamente funcional".

Rudá acrescenta que, desde 2008, as criptomoedas passaram a fazer parte do cotidiano dos brasileiros e apresentaram uma revolução no mercado financeiro. Essas moedas digitais passaram a sofrer grandes valorizações, com a capitalização de mercado passando de 191 bilhões de dólares no início do ano, para US$ 468 bilhões em novembro. Somente o Bitcoin está com o preço acima de US$ 10 mil há mais de 100 dias consecutivos, o maior período da história.

"Quando você decide investir em criptomoedas, começa a fazer parte de uma revolução tecnológica financeira que poderá se tornar a forma padrão do sistema em um futuro não tão distante. O mercado já está se adaptando à nova realidade", ressalta.

Para Daniel Coquieri, COO da BitcoinTrade, corretora brasileira especializada em criptomoedas, o primeiro passo para começar a investir é parecido com o mercado financeiro tradicional: entender qual tipo de investidor você é.

"Existem diferentes perfis. Cada tipo depende de alguns fatores como, por exemplo, a tolerância aos riscos e o tempo que se deseja investir. Por conta disso, antes de fazer qualquer aplicação, o ideal é identificar qual é o seu perfil de investidor: conservador, moderado ou agressivo", explica.

O perfil mais conservador é aquele que está começando a investir, tem zero tolerância a perdas, busca alta liquidez e prioriza proteção. Já o perfil agressivo assume os maiores riscos para conseguir lucrar ao máximo. São pessoas que conhecem o mercado financeiro e as características dos ativos.

 

DICAS IMPORTANTES PARA COMEÇAR A INVESTIR

Entenda mais sobre o mercado, estude sobre: é muito importante e necessário entender onde estamos investindo. As criptomoedas são um tipo específico de moeda digital que utilizam criptografia para evitar a interceptação de informações. A compra e venda sempre acontece pela internet. Mundialmente, existem centenas de tipos de criptomoedas, o mais conhecido é o Bitcoin.

Identifique o objetivo do seu investimento: é necessário entender o que você quer e onde quer chegar. O investimento pode durar cerca de minutos, até anos de vida, seja se você quer especular no curto prazo e auferir ganhos ou deixar o tempo passar e lucrar no longo prazo.

Não existe um valor mínimo para investir: o custo de se investir em uma criptomoeda vai depender do meio à qual você estiver investindo. Não existe um valor mínimo para investir em uma criptomoeda, e ela pode apresentar diferentes valores em mercados diferentes.

Escolha a moeda que mais se adapta ao seu investimento: temos muitas criptomoedas atualmente. A grandes diferenças entre elas se dá no seu propósito de existência, foco e algumas diferenças das tecnologias por trás. Existem criptomoedas que seu preço tende a se espelhar ao dólar, como é o caso da Tether ou o próprio Bitcoin, que seu preço é formado pelo mercado, e pode subir e descer o quanto o mercado desejar.

Se busca uma moeda mais acessível, escolha o Bitcoin: ela foi a primeira e é a mais conhecida por todos por apresentar mais de 50% de todo o mercado de criptoativos. A diferença para as outras moedas, é que o Bitcoin é descentralizado, somente existe de forma virtual, e é transparente em seus valores e transações. Qualquer pessoa pode ir diretamente no Blockchain do Bitcoin e ver as transações ocorrendo em tempo real, não existe uma entidade controladora.

Ao investir, esteja com os pés no chão: assim como qualquer outro tipo de investimento, o universo das criptomoedas também apresenta os seus riscos. Dentre eles, o indivíduo pode perder suas criptomoedas, ataque de hackers e volatilidade. Muito cuidado ao investir em uma criptomoeda que ninguém conhece, ou melhor, não invista. Sempre invista naquilo que existe uma enorme aceitação, faz sentido e tem um propósito por trás. Não se deve esquecer também dos riscos comuns intrínsecos a qualquer investimento, como os riscos de mercado, riscos de capital, riscos de liquidez entre diversos outros.

Fonte: Wise&Trust

 

AS VENCEDORAS DE NOVEMBRO

XRP  177,16%

Com a grande valorização no mês, a moeda XRP, da Ripple, terminou o mês sendo cotada a US$ 0,664. Podemos descrever essa moeda como tokens de protocolos que atuam no setor de pagamentos.

XLM  161,57%

A moeda XLM, da Stellar, tem a mesma descrição da XRP com as básicas diferenças de modelos de negócios das empresas. No mês, a moeda chegou à cotação de US$ 0,202.

AAVE  154,78%

A moeda Aave faz parte do setor de finanças descentralizadas (DeFi) e tem por características variações extremas. Em novembro fechou positivo, com valor final de US$ 76,152.

Bitcoin  33%

Moeda digital mais conhecida do grande público, o Bitcoin teve saldo positivo, não ficou entre as campeãs do mês, mas está cotada a US$ 20,260.

 

TERMOS USADOS NO MUNDO DAS MOEDAS DIGITAIS

. Altcoins ou moedas alternativas: nome dado a todas as moedas virtuais e tokens que surgiram após a criação do Bitcoin. Tirando o Bitcoin, todas as outras moedas são chamadas de altcoins.

. Arbitragem: estratégia na qual uma pessoa compra determinada criptomoeda de uma exchange que está com o preço mais baixo e vende em outra que está com o preço maior.

. Ativos digitais: termo utilizado para se referir a qualquer criptomoeda ou token.

. Assinatura múltipla (multi-sig): recurso que permite que uma criptomoeda seja gasta apenas se um grupo de pessoas autorizar que a transação ocorra. Esse tipo de função, geralmente, é utilizada por empresas a fim de evitar que gastos sejam feitos sem o consentimento de todos os membros que possuem as chaves da carteira.

. Bull: os chamados "touros" são os investidores que acreditam que vai haver um aumento no preço de um ativo. E Bull Market é o termo utilizado para representar uma tendência de alta de preços no mercado.

. Bear: chamados "ursos" são os investidores que estão pessimistas em relação à recuperação do mercado. E Bear Market é o termo usado para quando o mercado está em baixa, ou seja, quando os preços estão em queda.

. Baleia: pessoas que possuem grandes quantidades de criptomoedas. As "baleias" podem influenciar o mercado quando vendem seus criptoativos.

. Blockchain (Cadeia de blocos): funciona como um banco de dados virtual. Nela ficam registradas de maneira pública todas as informações e dados de um determinado processo. Para garantir que seu sistema seja seguro, já que a blockchain não precisa de intermediários para funcionar, todos os computadores ligados a ela possuem uma cópia das informações da blockchain. Mesmo que uma pessoa tente alterar um dado isso não afetará o sistema, já que todos os outros computadores possuem a informação real.

. Criptomoeda: nome dado às moedas virtuais que, assim como qualquer outra moeda, possuem poder de compra e venda no mercado.

. Chave privada: código que possibilita ao usuário ter acesso a sua carteira de criptomoedas virtual, como se fosse a senha de uma conta de um banco.

. Carteira fria (Cold Wallet): carteira off-line é considerada a forma mais segura de guardar suas criptos já que não está conectada à internet.

. Exchange: são as corretoras de criptomoedas. Por meio delas é possível comprar, vender e fazer trocas de moedas virtuais.

. Fees: taxas pagas por cada negociação que acontece na blockchain.

. Hype: termo utilizado para falar que algo é tendência ou que está no foco das atenções.

. Input (Entrada): termo usado para entradas de transações em um endereço.

. Libra: Moeda virtual da rede social Facebook.

. Lending: significa emprestar suas criptos com o objetivo de gerar lucros, através de juros diários.

. Litecoin (LTC): moeda virtual criada por Charlie Lee em outubro de 2011 para ser um clone do Bitcoin.

. Order maker: processo de criação de uma ordem na corretora. Isso acontece quando uma pessoa quer comprar criptomoedas, mas a quantidade desejada não está disponível naquele momento.

. Order taker: termo utilizado para indicar que uma ordem de compra ou de venda de criptomoeda vai ser executada imediatamente.

. Output: representam as saídas de uma carteira.

. Pump: refere-se a um aumento muito rápido na cotação de uma moeda.

. Swing Trader: é uma estratégia de operação de compra de uma ativo com objetivo de obter lucro em curto prazo.

. Trader: investidor que tem como objetivo ganhar dinheiro com operações de curto prazo aproveitando a volatilidade do mercado.

. Token: representação de um ativo. Um token pode representar uma porcentagem de uma empresa, um direito adquirido ou ainda pode ser utilizado como dinheiro dentro de determinada plataforma.

. Volatilidade: forma de medir a variação do valor de uma moeda. Quanto maior for a variação do preço de um ativo em curto período de tempo maior a volatilidade.

. Wallet: são as carteiras utilizadas para guardar criptomoedas. Por meio delas é possível enviar, receber e consultar o saldo de moedas virtuais de uma wallet.

Fonte: BitcoinTrade

MERCADO TRADICIONAL x CRIPTO

DIFERENÇAS

Horário de funcionamento: o mercado de criptomoedas nunca dorme. Logo, o investidor tem a liberdade de optar pelo melhor horário para negociar. A B3 opera apenas de segunda a sexta-feira, das 10 às 17h.

Segurança: A tecnologia que garante a segurança das criptomoedas é a de blockchain, uma cadeia de blocos que funciona como um "banco de dados". Nela ficam registrados para sempre todos os dados e informações de um determinado processo. Já as bolsas de valores, apesar de serem seguras, já sofreram ataques de hackers. Em 2011, o grupo Anonymous invadiu o site da Bolsa de Valores de Nova York, deixando-o lento por alguns minutos.

Descentralização: Ao contrário das bolsas de valores que dependem de regulamentações feitas pelo Estado e necessitam de órgãos regulamentadores como o Banco Central, as criptomoedas não dependem de governo nem instituições.

SEMELHANÇAS

Valores para iniciar no mercado: Tanto no mercado tradicional quanto no de criptomoedas, você pode começar com menos de cem reais. No entanto, na B3, as ações são negociadas em lotes, logo, você pode optar por comprar um lote integral ou fracionado. Já com as criptomoedas, poucos sabem que dá para começar a investir em Bitcoins, por exemplo com apenas R$25.

Volatilidade: A volatilidade das criptomoedas é um dos fatores que preocupam os investidores. No entanto, quem pensa que os preços das ações não sofrem com a volatilidade está enganado. Mas a oscilação não deve ser vista como algo negativo, já que desta maneira os traders podem obter lucro de forma mais rápida.

Paciência: Você deve ter calma e esperar o momento certo tanto para comprar quanto para vender suas ações ou criptomoedas. Nunca deixe que as emoções influenciem. Logo, se houver uma queda no mercado, não de desespere. Espere o tempo para atingir um resultado satisfatório.

Riscos: Em ambos os mercados o investidor está sujeito a riscos. Porém, para minimizar a chance de perder dinheiro, é necessário estudar, saber analisar gráficos e começar aos poucos.

Fonte: BitcoinTrade

 

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