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Aes Brasil compra parques eólicos no Ceará e Rio Grande do Norte
Economia

Aes Brasil compra parques eólicos no Ceará e Rio Grande do Norte

Os complexos eólicos que pertencem à Cúbico Brasil estão em operação desde 2013. A transação é estimada em R$ 806 milhões
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A AES BRASIL possui outros parques no País, como o Complexo Eólico Alto Sertão II, na Bahia (Foto: Divulgação/AES Brasil)
Foto: Divulgação/AES Brasil A AES BRASIL possui outros parques no País, como o Complexo Eólico Alto Sertão II, na Bahia

A Aes Brasil, ex-Aes Tietê, anunciou a aquisição do complexo eólico MS, situado entre os estados do Ceará e Rio Grande do Norte, e o de Santos, no Rio Grande do Norte, que pertencem à Cúbico Brasil. Os parques, com capacidade instalada de 158,5 megawatts (MW), estão em operação desde 2013. Com a transação, estimada em R$ 806 milhões, a companhia passará a contar com uma capacidade instalada de 4 gigawatts (GW) do seu portfólio 100% renovável.

Os complexos eólicos MS e Santos tiveram produção negociada em contratos no mercado regulado de energia por 20 anos, fechados em leilões promovidos pelo Governo Federal em 2009 e 2011. No caso do primeiro, a parte do complexo que fica em território cearense está instalada nos municípios de Trairi e Amontada, com capacidade de 94,5 MW.

"A Aes Brasil está constantemente avaliando oportunidades que tenham sinergia com o portfólio da Companhia. Este projeto vem ao encontro da nossa estratégia de aquisição de ativos de fontes renováveis complementares à hídrica e contratos de longo prazo, visando à criação de valor aos acionistas e, também, à potencial criação de um cluster na região Nordeste, que é privilegiada em termos de recurso eólico, com os melhores ventos do País”, afirmou o CEO da Aes Brasil, Ítalo Freitas.

A negociação com a Cúbico Brasil foi comunicada em fato relevante aos acionistas no último dia 27. Dos R$ 806 milhões previstos na compra, R$ 529 milhões são em equity (patrimônio) e R$ 277 milhões em dívida líquida dos empreendimentos, considerando a data base de dezembro de 2019. O valor acordado será financiado, em sua totalidade, por meio da capacidade de endividamento adicional do projeto e da companhia.

O diretor de operações da Aes Brasil, Anderson Oliveira, reforça que a empresa pretende também investir em melhorias operacionais para aprimorar o desempenho da usina tais como a contratação de pessoal para a manutenção e operação do parque eólico, frota apropriada de veículos, equipamentos e materiais visando ao aperfeiçoamento das turbinas. “Adicionalmente, os mesmos padrões e sistemas/tecnologias aplicados em outras usinas da Companhia serão replicados para os parques no Ceará, como o uso de drones e operação remota das turbinas”.

Há 20 anos no mercado de energia, essa foi a primeira negociação sob o nome Aes Brasil. Até novembro, era Aes Tietê. A empresa, que encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 51,1 milhões, está com um forte projeto de expansão no setor eólico.

Em agosto, concluiu, por R$ 650 milhões, a compra dos Parques Eólicos Brasventos Eolo (antigo Rei dos Ventos 1), Rei dos Ventos 3 e Miassaba 3 (“Complexo Eólico Ventus”), com a J. Malucelli Energia S.A, no Rio Grande do Norte.

A controladora da companhia, a norte-americana AES, também ampliou neste ano a participação na subsidiária brasileira, depois de fechar acordo em junho para comprar parte das ações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na empresa.

O movimento de aquisições tem sido forte no setor eólico mundial nos últimos anos e no Brasil não é diferente, explica o presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará e consultor da Federação das Indústrias do Estado (Fiec), Jurandir Picanço. Mas, ele esclarece que essas transações não devem implicar grandes mudanças aos contratos de energia vigente. "Esses parques foram viabilizados a partir de leilões que já ocorreram. Muda o controle do parque, mas não significa que vai produzir mais ou menos energia, tem que seguir o que já estava previsto no contrato".

 

Sobre a empresa

A Aes Brasil atua no mercado de energia há mais de 20 anos. Hoje tem um portfólio de ativos renováveis com uma capacidade instalada total de 3,9 GW. Sendo nove usinas hidráulicas e três pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), em São Paulo; o complexo eólico Alto Sertão II (BA); os complexos solares Guaimbê e Ouroeste (SP); e o complexo eólico Ventus (RN). Além disso, tem o complexo eólico Tucano (BA), ainda em construção, e um pipeline de projetos, chamado Complexo Eólico Cajuína (RN).

A capacidade das usinas de energia no Estado

Em operação

Eólica - 2.094 MW

Solar - 132 MW

Térmica/Gás - 1.133 MW

Térmica/Carvão - 1.085 MW

Total - 4.708 MW

Em construção

Eólica - 465 MW

Solar - 2.102 MW

Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) - 9 MW

Total - 2.576 MW

Usinas com despacho de registro de outorga

Eólica - 1.110 MW

Solar - 3.589 MW

Térmica/Gás - 2.279 MW

Fonte: Epowerbay 

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