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Hapvida propõe fusão com Intermédica para formar gigante de R$ 100 bilhões
Economia

Hapvida propõe fusão com Intermédica para formar gigante de R$ 100 bilhões

Negócio entre as duas operadoras de saúde suplementar já possui termos iniciais. É necessária aprovação de Cade e ANS
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Caso a fusão ocorra, será formada a maior empresa de saúde suplementar no País (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Caso a fusão ocorra, será formada a maior empresa de saúde suplementar no País

O Hapvida está interessado em realizar uma fusão com o Grupo NotreDame Intermédica (GNDI). Uma proposta já foi apresentada ao conselho de administração ontem. O anuncio ao mercado veio por meio de um fato relevante assinado pelo diretor vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores, Maurício Teixeira. Caso a fusão ocorra, seria formada a maior empresa do setor de saúde suplementar no País, em negócio que valeria R$ 100 bilhões.

Na fusão, segundo a proposta da operadora de saúde cearense, o conselho de administração da Intermédica seria formado por nove membros, sendo dois indicados pela própria empresa, dois independentes e cinco indicados pelo Hapvida. Há ainda a intenção de manter o atual diretor-presidente do GNDI numa posição estratégica no Hapvida depois que os negócios fossem combinados na conclusão da negociação. O processo para que o negócio ocorra realmente ainda necessita de aprovação dos respectivos conselhos de administração e aprovação do Conselho de Defesa da Atividade Econômica (Cade) e Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS).

As duas empresas têm capital aberto na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3 - Hapvida (HAPV3) e NotreDame Intermédica (GNDI3). Também está previsto que, com a fusão, a troca de ações consideraria o preço médio avalizado por volume dos papéis dos dois grupos no período de 20 dias anteriores a 21 de dezembro de 2020. Ainda segundo a proposta do Hapvida, a divisão acionária manteria os atuais acionistas com 53,1% do capital social e os outros 46,9% restantes seriam de propriedade dos acionistas do GNDI.

Em comunicado divulgado ainda ontem, o Grupo NotreDame Intermédica colocou que "apesar de acreditar no potencial mercadológico para continuar sendo autônoma e líder no segmento brasileiro de saúde", estaria "disposta a avaliar" tal negócio, com intento de que gerem valor para a empresa e seus acionistas.

Desde que abriu capital na B3 em 2018, o Hapvida tem tomado uma postura agressiva em aquisições. A intenção era ampliar o portfólio e alcançar os mercados do centro-sul do País. Somente em 2020, o Hapvida desembolsou mais de R$ 2 bilhões em investimentos de aquisição.

Thomaz Bianchi, head de Mesa Variável da M7 Investimentos, avalia que a fusão envolve empresas do mesmo nível de tamanho e apetite por negócios, que nos últimos anos têm sido agressivas em aquisições. Ainda acrescenta que elas são parecidas também na característica de serem bem regionalizadas, o Hapvida mais no Nordeste e o GNDI no Sudeste.

"A junção das duas maiores operadoras do Brasil fará com que as empresas praticamente dominem o mercado em participação, por isso precisa a avaliação do Cade, para saber se isso seria benéfico ou maléfico no mercado, apesar de que as duas não atuam em concorrência franca atualmente", observa. "A junção das duas geraria uma sinergia muito grande, faria com que seus serviços cobrissem quase todo o Brasil", completa Thomaz.

Desde que as empresas revelaram ao mercado o interesse de negociar uma fusão, as ações dispararam. Os papéis GNDI3 chegaram ao pico de 32,15% de alta, a R$ 95,41, ao ponto em que os papéis HAPV3 saltaram 27,49%, para R$ 18,18. Foram de longe as maiores altas do Ibovespa no dia ao fecharem com saltos de 26,59% e de 17,68%, respectivamente.

 

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