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Alta de casos de Covid ameaça recuperação de Serviços e Turismo
Economia

Alta de casos de Covid ameaça recuperação de Serviços e Turismo

Tanto o setor de Serviços, como o nível de atividade turística no Ceará, registraram a quarta alta consecutiva em novembro, de acordo com dados do IBGE. Porém, o ritmo de recuperação ficou mais irregular
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A entidade pede para que o decreto seja flexibilizado para os restaurantes de hotéis porque os apartamentos dos hóspedes não possuem estrutura para que os turistas peçam delivery e se alimentem no local.   (Foto: Deisa Garcêz/Especial para O Povo)
Foto: Deisa Garcêz/Especial para O Povo A entidade pede para que o decreto seja flexibilizado para os restaurantes de hotéis porque os apartamentos dos hóspedes não possuem estrutura para que os turistas peçam delivery e se alimentem no local.

O recrudescimento dos casos de Covid-19 está desacelerando o processo de recuperação do setor de serviços e do turismo no Ceará. Dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que apesar da alta de 1,4% e de 3,6% nos respectivos indicadores na passagem de outubro para novembro, o quarto mês consecutivo de taxa positiva em ambos, o ritmo de retomada ainda é muito irregular. O que deve jogar a recuperação mais forte somente para o segundo semestre de 2021.

No caso do setor de serviços como um todo, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) mostrou que o avanço de 1,4% em novembro foi um ponto percentual acima do registrado no mês anterior (0,7%). Mas já sem o mesmo fôlego registrado nos meses de agosto (6,4%) e setembro (5,4%). No acumulado do ano até novembro passado, as perdas chegaram a 10,40%.

Já a pesquisa sobre o Índice Nacional da Atividade Turística registrou que o aumento de 3,6% no nível de atividade turística cearense é positivo, mas inferior ao observado em outubro (9,6%), setembro (13,9%) e agosto (76,5%). No acumulado do ano, a queda é de 42%.

O presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon), Ricardo Coimbra, pontua que esses já eram setores que dentro da matriz econômica cearense já enfrentavam maior grau de dificuldade de recuperação, por se tratarem de atividades, em sua maioria, prestadas de forma presencial. Com o repique no número de casos de Covid-19 não só no Ceará, mas no Brasil, esse processo de retomada se torna mais lento.

“Com certeza está muito relacionado com isso. Esses repiques de casos acabam reduzindo a velocidade da recuperação porque o setor de serviços e, mais especificamente o turismo, são muito sensíveis ao comportamento do indivíduo.”

Ele acredita que com o início do processo de vacinação nos próximos meses, haverá uma melhora de cenário, mas uma recuperação mais sólida só no segundo semestre. “Até o segundo trimestre já vamos ter uma parcela significativa da população imunizada, o que é importante para avançar na flexibilização. Mas, para recompor as perdas da pandemia vai precisar de mais tempo.”

A projeção é compartilhada pela diretora institucional da Fecomércio-CE, Cláudia Brilhante. Ela afirma que o agravamento da crise sanitária observada nos últimos meses, além de trazer incerteza ao consumo por parte do cidadão, fez com que a política de reabertura da economia deixasse de avançar no Estado. O que, na prática, significou mais restrições ao funcionamento do setor de serviços, sobretudo, em dezembro.

Especialistas acreditam em melhora sólida de cenário econômico em serviços e no turismo apenas no segundo semestre
Especialistas acreditam em melhora sólida de cenário econômico em serviços e no turismo apenas no segundo semestre (Foto: Deisa Garcêz/Especial para O Povo)

“A gente nem tinha voltado a funcionar completamente e tivemos que dar esse passo atrás. Com os serviços funcionando de maneira limitada, horário reduzido e restrições na quantidade de pessoas em restaurantes, tudo isso influencia neste ritmo de retomada. Para o segmento de eventos, por exemplo, que tem grande peso no Estado, o ano de 2020 foi perdido. Nossa esperança maior agora está nesta chegada da vacina.”

Apesar de a dinâmica estar mais lenta do que a esperada inicialmente, o presidente da Associação Brasileira dos Hotéis no Ceará (Abih- CE), Régis Medeiros, prefere manter o otimismo. “O importante é que continuamos apresentando taxas positivas, estamos crescendo. Costumo dizer que estamos em voo nem tão alto e nem tão baixo. No Ceará, as cidades estão abertas, restaurantes, barracas e comércio estão funcionando, com restrições, mas estão. Diferente de outros locais que reabriram tudo e tiveram que fechar depois.”

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