As leis que emperram o desenvolvimento do Nordeste, com destaque para as questões da indústria, e colaboram para a má distribuição de riquezas no País serão alvos das ações de Ricardo Cavalcante, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), empossado na noite de ontem (22) presidente da Associação Nordeste Forte, nos próximos dois anos.
"Apesar da dificuldade imposta por uma legislação que teima em permanecer no século passado, enquanto o mundo evolui, a indústria nordestina tem crescido e se qualificado para competir no ambiente de convergência tecnológica presente na quarta revolução industrial. E é com esta consciência otimista, que nós pretendemos iniciar o nosso mandato na Associação Nordeste Forte", declarou.
Para atingir o objetivo, ele aponta a "potencialidade de atração de novos investimentos" e "a capacidade de geração de empregos em larga escala, e do seu efeito multiplicador em toda a economia" da indústria nordestina.
Atentos às reformas
Os trabalhos da gestão, que vai até 2022, devem ser focados na conquista de mais linhas de financiamento para os industriais, assim como no olhar atento aos tributos aplicados ao setor. Objetivos estratégicos em tempos de discussão da reforma tributária e reforma administrativa. As duas, inclusive, estiveram nas palavras do novo presidente da Associação Nordeste Forte ao pedir atenção dos industriais.
Cavalcante destacou a formulação das medidas provisórias 1016 e 1017, que tratam das negociações de fundos constitucionais das regiões, conclamando os pares: "Peço a todos os companheiros presidentes de federações envolvidas, que estejamos atentos à evolução do processo de aprovação dessas medidas provisórias, junto a suas bancadas no Congresso Nacional, uma vez que os resultados dessas medidas
trarão impactos positivos para as nossas indústrias".
Infraestrutura
Uma bandeira clássica da indústria também está na esteira dos objetivos estipulados por Cavalcante para a Associação Nordeste Forte: a infraestrutura. Estradas apenadas pelo efeito do tempo (sol e chuvas), assim como uma tímida rede de cabotagem são demandas antigas da indústria nordestina. Soma-se a isso ainda a carência de uma malha aérea para cargas, que foi ainda mais abatida com a pandemia, e a conexão entre todas as possibilidades.
"É fato que os investimentos feitos na infraestrutura portuária e aeroviária ao longo dos últimos anos abriu as portas do Nordeste para o mundo. Mas a Região ainda carece de resolver um conjunto de gargalos burocráticos que encarecemo processo logístico. É imperativo também para que tenhamos maior competitividade da indústria nordestina, a adoção de uma estratégia de logística, que integre portos e aeroportos com os modais ferroviário e rodoviário", discursou.
Energia
Ao citar projetos desenvolvidos por ele à frente da Fiec, Cavalcante destacou o hub de Hidrogênio Verde, lançado na última semana por ele, o governador Camilo Santana e representantes da Universidade Federal do Ceará.
"Esta já é uma constatação dita pelo mercado internacional: o Nordeste brasileiro tem potencial para ser um dos maiores produtores de hidrogênio verde do mundo. O que irá transformar a Região em uma nova fronteira energética global, tornando realidade a mudança que queremos ver no nosso PIB". ressaltou, sinalizando que esforços semelhantes farão parte do trabalho conjunto dos industriais que compõem a Associação Nordeste Forte.