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Tancagem no Pecém é negociada com 4 empresas
Economia

Tancagem no Pecém é negociada com 4 empresas

Projeto foi deixado pela holandesa Vopak, mas teve prazos e porte mantidos
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Infraestrutura do Porto do Pecém é um dos destaques para a atração de empresas para o hub de hidrogênio verde (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Infraestrutura do Porto do Pecém é um dos destaques para a atração de empresas para o hub de hidrogênio verde

O Governo do Estado retomou a captação de empresas para um novo polo de tancagem (armazenamento de combustíveis) no Porto do Pecém após a desistência da holandesa Vopak, anunciada na última segunda-feira, 1º de março. O POVO apurou que, atualmente, a Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp S/A) - administradora do Porto - negocia com "pelo menos quatro players" para dar seguimento ao projeto.

Nomes não foram revelados, mas sobre a atuação dos grupos, alguns têm negócios em terras brasileiras e outros no exterior. A Cipp S/A garante ainda que não há alteração nos prazos: "o calendário para o início das obras está mantido para até o início de 2023".

A procuradora jurídica do CIPP S/A, Débora Memória, admitiu que todos foram pegues de surpresa com a desistência da Vopak e assegurou: "a equipe do Porto do Pecém, com o Estado do Ceará e o apoio técnico do Porto de Roterdã, está trabalhando para o pleno desenvolvimento deste projeto".

O envolvimento de mais uma empresa holandesa no setor portuário cearense animou o setor logístico em 2019, quando a Vopak foi escolhida. A aproximação com o Porto de Roterdã havia gerado bons resultados para o Pecém e a expectativa era de algo semelhante na tancagem. A justificativa para sair do projeto, segundo nota do Cipp S/A, diz que "a empresa declarou inviabilidade econômica, causada pelo cenário de pandemia".

O parque de armazenamento planejado para o Pecém deve operar com navios maiores do que os do Mucuripe, com capacidade de armazenar até 90 mil toneladas de litros de combustível. O triplo do atual, o que trará melhores preços ao consumidor final. O parque do Mucuripe tem capacidade de armazenar cerca de 110 m³ de combustível, porém, faz entre 70 m³ e 80 m³ em função dos riscos de acidentes, além de não haver mais espaço para expansão.

Tanto pelo Governo do Estado quanto o setor produtivo encaram a tancagem como essencial para agilizar a distribuição dos derivados de petróleo que chegam ao Ceará, uma vez que 50% deles vêm por via terrestres. Um menor preço nos litros da gasolina e do diesel é apontado com uma das vantagens de se mudar o armazenamento de combustíveis da Capital para a Região Metropolitana.

A transferência da tancagem do Mucuripe para o Pecém teve a Vopak Brazil escolhida em agosto de 2019 depois de a seleção para possíveis parceiros ter sido lançada em novembro de 2017. O processo passou por alguns pedidos de esclarecimento e um de impugnação - feito pela Tequimar, que atua no porto de Itaqui, Maranhão - até que o Governo do Estado relançou o edital em 2018.

Em setembro de 2019, a escolha da Vopak Brazil também foi contestada pelo consórcio Transpreto/BR/Liquigás, que disputou o edital para a formação da Sociedade de Propósito Específico (SPE) e resolveu entrar com um recurso administrativo. A questão foi solucionada meses depois e a Vopak retomou o projeto sem questões judiciais para tratar.

O anúncio de um novo parceiro para o empreendimento não teve data estabelecida, apesar de os prazos de início estarem mantidos.

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