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Gasolina e educação pressionam inflação da RMF, a maior do País em 2021
Economia

Gasolina e educação pressionam inflação da RMF, a maior do País em 2021

Itens de consumo foram pressionados pelo câmbio e reajustes do início do ano sem dar trégua ao consumidor
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Grupos de consumo e principais aumntos na RMF (Foto: Grupos de consumo e principais aumntos na RMF)
Foto: Grupos de consumo e principais aumntos na RMF Grupos de consumo e principais aumntos na RMF

A inflação na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) não deu trégua no começo deste ano e, em fevereiro, avançou 1,48%. É a maior variação das áreas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número ainda reforça a posição da RMF quando o comparativo é o acumulado nos dois primeiros meses de 2021, ficando novamente à frente com 1,85%.

Um avanço também foi identificado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que investiga principalmente as variações que afetam as famílias cujo rendimento monetário vai de 1 a 5 salários mínimos, sendo o chefe assalariado. Neste comparativo, Fortaleza também amarga a liderança, com avanço de 1,52% no mês e 1,87% no ano.

 

O efeito decisivo do câmbio sobre o itens básicos pesquisados no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e também no INPC dá os créditos desta liderança nacional aos custos dos fortalezenses e vizinhos para abastecer, comer e principalmente ter acesso à educação.

Isso porque os indicadores apontaram os maiores custos justamente para essas subáreas. Educação já acumula 7,57% de alta entre janeiro e fevereiro deste ano, demonstrando que mesmo a retomada do ensino em moldes diferentes após a pandemia não aliviou o bolso dos consumidores.

Carestia compartilhada ainda quando o assunto são os combustíveis. Todos os derivados de petróleo - gasolina (8,1%), diesel (6,45%) e GNV (9,15%) - registram avanço em 2021 na Região Metropolitana de Fortaleza.

Como se já não bastasse os custos tão essenciais e pesados para o orçamento como estes em alta, itens de alimentação e bebidas (1,7%), habitação (1,09%), vestuário (0,28%), saúde (1,36%) e despesas pessoais (0,76%) também tiveram aumento nos preços.

Na avaliação de Pedro Kislanov da Costa, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no entanto, o aumento identificado também para na inflação do País (0,86% no mês e 1,11% no ano) ainda não há sinais de pressão de demanda. A inflação de serviços dentro do IPCA acelerou de uma alta de 0,07% em janeiro para um avanço de 0,55% em fevereiro, mas impactada por fatores específicos, como o reajuste sazonal de mensalidades escolares característico do mês.

"Não dá para dizer que a gente tem pressão de demanda. A gente ainda está num cenário muito atípico e de muita incerteza, com aumento no número de mortes na pandemia, adoção de medidas restritivas em várias cidades em março, com possibilidade de volta do auxílio emergencial ou não. São muitas questões que podem afetar a inflação nos próximos meses", enumerou Kislanov, citando ainda possíveis decretos de lockdown, desemprego elevado e renda mais deprimida.

Já os preços de bens e serviços monitorados pelo governo saíram de um recuo de 0,29% em janeiro para uma alta de 1,69% em fevereiro.

"A principal contribuição para o IPCA de fevereiro foi de monitorados, do reajuste de combustíveis nas refinarias que acaba chegando ao consumidor final", disse Kislanov.

O índice de difusão do IPCA, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, desceu de 66% em janeiro para 63% em fevereiro. A difusão de itens alimentícios caiu de 73% em janeiro para 67% em fevereiro, enquanto a de itens não alimentícios subiu de 59% para 61%.

"A alta do IPCA em fevereiro é muito provocada pelo aumento dos combustíveis. É preciso avaliar o IPCA mês a mês", opinou Kislanov. (Com agências)

 

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