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Cerca de 60% dos municípios têm dificuldades na compra de medicamentos para intubação
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Cerca de 60% dos municípios têm dificuldades na compra de medicamentos para intubação

Governo do Estado vai centralizar a compra e viabilizar distribuição dos insumos para atender a demanda por 30 dias. Municípios menores têm mais dificuldades para a aquisição do kit intubação
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A taxa de letalidade, atualmente, é de 2,6%; no começo de maio de 2020, a taxa era de 7,7%. (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita A taxa de letalidade, atualmente, é de 2,6%; no começo de maio de 2020, a taxa era de 7,7%.

Com o aumento da 2ª onda da Covid-19 e o consequente crescimento da demanda de medicamentos para intubação de pacientes, o Brasil vive uma crise no abastecimento dos insumos. No Ceará, cerca de 60% dos municípios enfrentam dificuldades para a aquisição dos medicamentos, como sedativos, anestésicos e bloqueadores musculares, de acordo com o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems-CE). Para resolver o problema, o Governo do Estado vai fazer a aquisição e viabilizar distribuição para atender aos municípios por 30 dias.

A pasta articula uma forma de centralizar a compra do material com diversos fornecedores e realizar convênios com os municípios para tornar a chegada dos medicamentos mais rápida. Conforme Sayonara Cidade, presidente do Conselho, a última remessa enviada pelo Ministério da Saúde chegou nesse final de semana. Dos 20 itens que constam na lista do kit intubação, dois foram entregues.

Escassez de  medicamentos do kit intubacao
Escassez de medicamentos do kit intubacao (Foto: Escassez de medicamentos do kit intubacao)

"O Estado vai fazer a aquisição para todos os estabelecimentos que estão realizando intubação por 30 dias. É o tempo em que se define a situação do Ministério e os municípios conseguem mais alguma coisa com seus fornecedores", explica. Ela detalha que os municípios de pequeno porte estão mantendo pacientes intubados ou com reserva alta de oxigênio até que haja vaga para internação. Isso torna a situação deles mais preocupante. Na tarde desta segunda -feira, 22, o conselho se reuniu com a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) para discutir a questão.

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"Os municípios com situação mais crítica são os que estão internando pessoas que não são do seu perfil de atendimento. Quanto menor, a situação é pior. Muitos não trabalhavam com essas medicações e não tinham nem licitação especificamente para esse tipo de medicamento", cita. Algumas cidades têm estoque suficiente para 10 a 15 dias. Unidades de saúde estaduais, conforme Sayonara, têm mais facilidade para realizar a compra.

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Na manhã desse domingo, 21, o titular da Sesa, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho (Dr. Cabeto), participou de reunião virtual com o presidente da Fecomércio-CE, Maurício Filizola, e com os gestores da indústria e distribuição de medicamentos do Estado. O objetivo da reunião foi alinhar medidas alternativas para garantir o estoque e o fornecimento de medicamentos aos municípios durante este segundo pico da pandemia de Covid-19. Um novo encontro está agendado para amanhã, 24.

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"A média de internação nas unidades de saúde aumentou, diminuindo a proporção de óbitos, mas exigindo mais demanda de medicamentos e insumos. Queremos trabalhar em parceria com o setor farmacêutico para garantir o pleno atendimento e acolhimento aos pacientes nos hospitais da Rede Sesa e das prefeituras cearenses", ressaltou Dr. Cabeto, lembrando que a Secretaria solicitou que os municípios se preparassem de forma antecipada com mais medicamentos e insumos. (Colaborou Marcela Tosi)

 

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