A avaliação dos lojistas no início da terceira semana de retomada pós-lockdown em 2021 é de melhora constante no mercado. O POVO visitou ontem algumas lojas no Centro e gerentes destacaram que o movimento melhorou até 20% na comparação com a primeira semana de retomada. O novo decreto do Governo do Estado, que avançou para a fase 2 do plano e liberou o aumento da capacidade de atendimento em loja para 40%, é visto como fator positivo.
O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Maurício Filizola, ressalta que alguns segmentos, como o de alimentação fora do lar, ainda sofrem com as restrições. Ele ainda lembra que a aproximação do feriado do Dia das Mães - o mais importante para o varejo além do Natal - é um fato importante que no seu entendimento deveria ter sido levado em consideração para flexibilizar mais as regras.
A ideia mais realista dos empresários para este momento era poder abrir num horário estendido, até as 18 horas para o comércio de rua e 20 horas para os shoppings. As demandas mais ousadas incluem a permissão para abertura em horário diferenciado nos fins de semana.
Filizola defende que as medidas seriam para evitar a aglomeração de pessoas que queiram fazer compras para o feriado. "Entendemos que o momento é de cuidados com a pandemia, mas não podemos esquecer que é necessário avançar nessas áreas."
"O comércio vive de movimentação e nós buscamos estar num diálogo de ampliação para que a normalidade das atividades possam ser plenas. A economia gira em torno da junção de setores e se temos dificuldade, a sustentabilidade das empresas e empregos ficam prejudicados", afirma.
Assis Cavalcante, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, lembra que o dia de principal movimento no comércio é o sábado. Como no próximo sábado, 1º de maio, teremos um feriado nacional - não sendo possível abertura de lojas ainda que o decreto permitisse -, ele espera que os consumidores tenham a consciência de antecipar as compras para evitar o risco de aglomerações.
"O aumento das vendas já é reflexo da aproximação do Dia das Mães. É importante enfatizar a importância das pessoas adiantarem as compras para evitar formar aglomerações", diz.
O gerente da loja C. Rolim da Praça do Ferreira, Cid Belchior, credita a alta nas vendas à adaptação dos consumidores ao horário de funcionamento, que, segundo ele, poderia ser aumentado. "Com o horário reduzido não está ruim, mas poderia estar melhor. É melhor do que estarmos fechados, porque comércio fechado gera desemprego", acrescenta.
Cid ainda detalha que já há uma tímida procura por produtos para o Dia das Mães, o que deve aumentar com a proximidade da data. Por isso, o estoque para já foi reforçado, assim como as ofertas.
O gerente da Ban Ban Calçados da loja da Praça do Ferreira, Elieudo Freitas, aponta que a liberação dos recursos do auxílio emergencial contribuíram para a melhoria do movimento. Ele diz que a perspectiva de recursos do FGTS e adiantamento da aposentadoria devem ser medidas que devem trazer dinheiro novo ao mercado.
Para atrair clientes, ele diz que Ban Ban investe em marcas próprias e mantém os preços baixos, característicos da varejista de calçados. "O preço o consumidor já sabe que está bem lá embaixo. Então o ticket médio de compra não deu uma caída, estamos segurando", complementa.