A movimentação de pessoas no comércio deve ser intensa hoje, 8, segundo esperam os lojistas do comércio de Fortaleza. Isso deve acontecer, especialmente, pela permissão do funcionamento das atividades a partir deste fim de semana. Os empresários, porém, reclamam que o horário de atividades é ainda mais reduzido do que nos dias de semana, ao passo em que a demanda deve ser maior.
Feriado mais importante para o comércio neste primeiro semestre, o Dia das Mães gera boa expectativa dos comerciantes, que renovam seus estoques e que, desde o começo da semana, já sentem melhora nas vendas, destaca o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, Assis Cavalcante. Ele destaca que os itens mais procurados pelos clientes são as bijuterias, vestuário, calçados, eletrodomésticos, eletrônicos e relógios.
De acordo com Assis, o valor médio das compras está entre R$ 180 e R$ 220, ticket médio que variou pouco na comparação com 2020. Vale ressaltar que o comércio varejista volta a ter vendas em loja neste ano, já que no ano passado ainda havia lockdown.
"Estamos com boa expectativa por causa das pesquisas que ocorreram. A semana tem sido boa, a sexta-feira foi boa. No sábado o horário é apertado, o melhor seria se o horário tivesse sido ampliado", afirma Assis.
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Apesar da boa expectativa dos lojistas por uma grande movimentação de clientes, há a preocupação com as aglomerações. A recomendação do comércio sempre foi a de que os clientes antecipassem as compras nos meios disponíveis, mas, o vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE), Cid Alves, destaca que uma boa parte da clientela ainda recorre ao atendimento presencial.
Cid destaca que os lojistas estimam ainda uma queda de pelo menos 25% na movimentação de clientes neste Dia das Mães na comparação com o resultado de 2019, ainda sem pandemia. Entre os fatores que motivam essa queda está a queda das reservas financeiras das famílias e o alto desemprego. "Uma massa de gente fora do mercado de trabalho gera também uma massa de pessoas fora da cadeia de consumo."
"Os horários reduzidos prejudicam. Acho que as lojas de rua e shopping terem apenas cinco horas de horário de funcionamento é muito pouco. A redução de horário produz aglomerações. Quanto mais concentrado, maior o risco de aglomerar", observa.
Ainda que não seja comparável ao período pré-pandemia, o movimento é bom para o período, ainda mais porque representa a primeira data importante do comércio após um lockdown ainda mais longo do que foi o de 2020. De acordo com Assis, a demora na aprovação dos recursos do BEm (programa emergencial para empresas pagarem os salários dos funcionários e suspensão de contratos) fez com que muitos empresários precisassem pagar parte da folha do próprio bolso, assim como foi no mês passado.
Na análise do membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Fran Bezerra, o fato de reabrir aos fins de semana deve refletir em mais vendas para o comércio, mas a situação econômica atual é um fator a correr contra esse movimento positivo.
Segundo Bezerra, a classe média e a alta são as que devem movimentar o consumo no Dia das Mães, mas há uma nítida redução dessa faixa de consumo e aumento da pobreza na comparação com o que foi em 2020. "A situação econômica piorou bastante, a volta dos benefícios emergenciais para trabalhadores e empresas demoraram bastante e o índice de confiança do consumidor caiu muito, fazendo com que ele deixe de comprar itens que considere não essenciais."