Logo O POVO+
Ceará atinge maior taxa de desemprego em 3 anos e chega a cenário 'preocupante'
Economia

Ceará atinge maior taxa de desemprego em 3 anos e chega a cenário 'preocupante'

|Mercado de trabalho| Setores mais impactados pela pandemia foram os que mais contabilizaram perdas no 1º trimestre de 2021, segundo o IBGE
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
EM 2022, cresceu o percentual de jovens 
que não estudam e não trabalham no Ceará (Foto: Barbara Moira em 16/07/2020)
Foto: Barbara Moira em 16/07/2020 EM 2022, cresceu o percentual de jovens que não estudam e não trabalham no Ceará

O Ceará esteve entre as oito unidades da federação cujo número de desocupados cresceu entre janeiro e março deste ano, chegando a uma taxa de 15,1% - a maior desde o primeiro trimestre de 2018 -, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Aliado a uma elevada taxa de informalidade (53,9%) e um rendimento médio real de R$ 1.748 ao mês, o percentual representa "um cenário significativo e preocupante" para o Estado, como classifica o presidente do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Vladyson Viana.

O impacto sobre os setores mais apenados pela pandemia, segundo ele, precisam de mais atenção. Trata-se de 51 mil pessoas que perderam o emprego no setor de alojamento e alimentação entre o fim do ano passado e o mês de março deste ano. Uma queda de 24,2%. Tão forte quanto a de 16,4% para os empregados domésticos, cujo número de pessoas sem ocupação chegou a 34 mil no mesmo intervalo de tempo. Somente no Ceará.

"Foram setores impactados por medidas de restrições sanitárias, que são necessárias. Agora, nós temos que mensurar também o impacto disso na economia para poder planejar ações de recuperação, com políticas públicas", avalia.

Neste bojo, Viana cita o Ceará Credi como uma aposta acertada do Governo do Estado para amparar os microempresários que tiveram os negócios ameaçados devido à Covid-19 e também os desempregados interessados em empreender.

"Claramente tem uma queda no emprego formal no setor privado, que foi onde se perderam vaga de trabalho. Então, temos que manter estratégias como essa e manter o investimento público para aquecer economia", avalia.

Desemprego no Ceará no último trimestre de 2020 atinge nível recorde e representa pior índice desde 2012, aponta IBGE
Desemprego no Ceará no último trimestre de 2020 atinge nível recorde e representa pior índice desde 2012, aponta IBGE (Foto: Barbara Moira)

O preparo, de acordo com o presidente do IDT, deve resguardar o Estado do que ele diz ser a próxima pandemia: "relacionada à retomada da economia e o restabelecimento do emprego, cujos sintomas são miséria, a perda de renda e a fome, que voltou a assolar nosso País".

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada ontem, 27, pelo IBGE, demonstra o tamanho da tarefa apontada por Viana no Ceará. O estudo revela que 95 mil cearenses perderam o emprego entre os meses de janeiro e março, assim como reduziu o número de pessoas com carteira assinada no Estado. A taxa de desocupação do País subiu de 13,9% no quarto trimestre de 2020 para um ápice de 14,7% no primeiro trimestre de 2021.

Os recordes para cada unidade da federação foram registrados no primeiro trimestre em Rondônia (11,4%), Tocantins (16,3%), Maranhão (17,0%), Piauí (14,5%), Ceará (15,1%), Pernambuco (21,3%), Alagoas (20,0%), Sergipe (20,9%), Bahia (21,3%), Minas Gerais (13,8%), Rio de Janeiro (19,4%) e Goiás (13,5%).

o percentual de 53,8% de informais significam 1,6 milhão de cearenses desenvolvendo atividades sem vínculos empregatícios que os garantam FGTS, ou qualquer segurança trabalhista. A pesquisa destacou ainda que o número de pessoas que devido às condições adversas do mercado não estão mais em busca de vagas formais de emprego atinge 11,4% dos aptos ao trabalho no Estado - os desalentados. Além disso, o índice de trabalhadores que possui a mão-de-obra subutilizada por trabalharem apenas meio período chegou a 39,1%. (Colaborou Alan Magno)

O que você achou desse conteúdo?