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Setor propõe eventos com até 100 pessoas e avanço na retomada a cada 14 dias
Economia

Setor propõe eventos com até 100 pessoas e avanço na retomada a cada 14 dias

Atividades devem beneficiar também os hotéis cearenses, que reservam espaços corporativos
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Sem eventos para abrigar, o principal equipamento do Estado é local de vacinação (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita Sem eventos para abrigar, o principal equipamento do Estado é local de vacinação

Aberta a possibilidade de eventos corporativos voltarem no Ceará a partir de 14 de junho, os líderes do setor revelam que a proposta enviada para o Governo do Estado propõe ocupação de 50 a 100 pessoas, dependendo do espaço reservado, e um avanço na reabertura a cada 14 dias, a partir da análise dos índices de contaminação por Covid-19 e ocupação de leitos no Estado.

O diálogo para permitir a volta desses profissionais à ativa acontece entre as partes já há duas semanas, segundo Circe Jane Teles, presidente do Sindicato das Empresas Organizadoras de Eventos e Afins do Estado do Ceará (Sindieventos-CE). Um grupo composto ainda por Associação Brasileira de Empresa de Eventos- secção Ceará (Abeoc), Convention Bureau/Visite Ceará e Associação Brasileira da Indústria de Hoteis no Ceará (ABIH-CE) formulou as propostas que foram levadas por Flávio Ataliba, coordenador do Comitê de Retomada, ao governador Camilo Santana.

“Vamos autorizar, a partir do dia 14 de junho, os eventos corporativos, de trabalho, com limitação de público e protocolos que serão definidos na próxima semana”, afirmou o governador em transmissão pelas redes sociais no fim da tarde de ontem, 4.

A fala do governador soou como “um alento para parte da cadeia produtiva do setor de eventos”, como descreveu Circe Jane. Ainda em 2020, no primeiro ano de pandemia, as empresas do setor amargam um prejuízo de R$ 245 milhões devido a eventos adiados apenas em Fortaleza. “Nossa esperança é que essas dificuldades não voltem e que a flexibilização continue”, afirma.

Mas, agora, ela diz que o momento é de expectativa para com a avaliação dos especialistas em saúde sobre a proposta deles. Já com o início da retomada, a presidente do Sindieventos-CE diz confiar na redução dos casos de Covid no Ceará e aposta na autorização para realização dos eventos sociais 14 dias após o início dos corporativos.

Parte do grupo que formulou a proposta de retomada, o setor de hotéis reserva boas expectativas para a liberação dos eventos corporativos, segundo Régis Medeiros, presidente da ABIH. Segundo ele, os meios de hospedagem “não é só quarto, é salão também”, referindo-se aos espaços destinados nos hotéis para realizados de congressos, reuniões e outros acontecimentos de perfil mais empresarial.

“As empresas que querem fazer treinamento, planejamento e convenções e nós temos esses espaços. Isso é importante para o recomeço das ocupações dos hotéis”, reforça.

Régis conta ainda que o feriadão de Corpus Christi rendeu melhores números para os associados da ABIH-CE, com ocupação média entre 45% e 50% dos leitos, mas nada comparado a antes da pandemia, quando chegava a superar a marca de 90%. No entanto, diferente do ano passado, a ocorrência de fechamento de hotéis foi menor.

“Quando a gente teve o último lockdown no 5 de março, a ocupação foi baixando, mas a grande maioria não fechou. Tinha o receio de fechar e, na próxima semana, o governador flexibilizar. Aí perdia mais. Então, a gente enxugou o máximo que pôde”, afirmou, contabilizando 18% de ocupação em abril e 33% de ocupação em maio. Para junho, confiante da continuidade na reabertura das atividades, o presidente da ABIH-CE já projeta “uma taxa perto de 40%, uns 38%”.

Uma preocupação em especial dele é sobre a autorização para que o Beach Park volte a receber turistas de fora do complexo hoteleiro próprio. Hoje, o parque aquático só está autorizado a funcionar com os hóspedes dos hotéis que ficam no próprio complexo. Com a abertura para os demais, Régis acredita que a movimentação na cadeia como um todo deve aumentar devido ao potencial de atratividade turística do Beach Park. No entanto, na live de ontem, o governador Camilo Santana não fez qualquer menção a isso.

FORTALEZA, CE, BRASIL, 31-05.2021: Movimentação no shopping Rio Mar Fortaleza nates do DIas do Namorados, para ver como esta as vendas no shopping. em epoca de COVID-19. (Foto: Aurelio Alves/ Jornal O POVO)
FORTALEZA, CE, BRASIL, 31-05.2021: Movimentação no shopping Rio Mar Fortaleza nates do DIas do Namorados, para ver como esta as vendas no shopping. em epoca de COVID-19. (Foto: Aurelio Alves/ Jornal O POVO)

Horário maior anima comércio na semana pré-Dia dos Namorados

A ampliação do horário de funcionamento de restaurantes e shoppings até 22h pelo governador Camilo Santana a partir da próxima segunda-feira, 7, animou o setor, que espera melhores índices de faturamento com o Dia dos Namorados. A data é considerada a terceira de maior impacto para os lojistas de Fortaleza e acontece no próximo sábado, 12. Mas avanços esperados desde a semana passada, como reabertura dos cinemas, não foram mencionados.

"Vamos sair do toque de recolher das 22h para as 23h e vamos permitir que restaurantes e comércio de shopping vão poder ir até 22h. Isso em todas as regiões, com exceção do Cariri. Conforme mostrou o Dr. Cabeto, lá há uma positividade muito alta", declarou Camilo, após a fala do secretário da Saúde.

A medida deve fazer com que 70% dos restaurantes da Capital retornem às atividades, segundo estimou Taiene Righetto, presidente da Abrasel-CE - associação que representa o setor no Estado. Ele ressaltou que a ampliação do expediente ajuda não só as empresas a faturarem mais, mas também no cumprimento dos protocolos sanitários.

"Tivemos dificuldade muito grande no Dia das Mães, que foi o primeiro fim de semana de retorno liberado, podendo operar só até 15h. Foi muito difícil de controlar o pessoal que chegava, um movimento muito intenso entre 12h e 15h. Agora, o Dia dos Namorados é algo tradicionalmente mais noturno, e vai dar condição de cumprir melhor os protocolos", analisou.

Perguntado se a possibilidade de uma terceira onda de Covid-19 assusta os bares e restaurantes, Taiene afirmou que "a terceira onda não vai existir pro setor porque não vai ter mais bar e restaurante se a gente fechar de novo", referindo-se ao impacto negativo sobre as finanças das empresas devido ao lockdown. "Nós não acreditamos mais em lockdown, acreditamos em distanciamento social", arrematou.

A ideia é compartilhada por Luiz Gastão Bittencourt, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE). Segundo ele, "a gente tem lições do que funcionou ou não tanto na primeira onda como na segunda, e precisamos tirar proveito disso".

Para isso, a Fecomércio está "conversando com o governo, fazendo levantamento junto aos setores da base para manter a rigidez no controle sanitário e a rigidez no controle daquele que por caso for contaminado". "Vamos criar alternativas e conviver para ultrapassar com o mínimo de casos letais e sem fechamento de comércio", finalizou.

 

Cenário de retomada no Ceará

1. A taxa de positividade dos exames reduziu significativamente em Fortaleza, mas ainda permanece elevada nos outros municípios.

2. Houve redução dos números de atendimentos por Covid-19 nas emergências e UPAs de Fortaleza.

3. Houve redução da letalidade e dos casos acima
dos 70 anos.

4. A maioria da população acima de 60 anos já recebeu a primeira dose
da vacina.

5. Não houve redução da taxa de transmissão em relação a última semana.

Fonte: Governo do Estado

 

HORÁRIOS A PARTIR DE SEGUNDA-FEIRA, 7 (EXCETO CARIRI)

Comércio de rua: 10h as 19h
Comércio em shopping: 12h as 22h
Restaurantes: 10h as 22h
Toque de recolher: 23h as 5h

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