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Previsão de crescimento do PIB cearense é revisada de 3,55% para 5,77%
Economia

Previsão de crescimento do PIB cearense é revisada de 3,55% para 5,77%

Projeção ocorre após alta de 1,14% no Produto Interno Bruto do Estado no 1º trimestre, além do avanço na vacinação e nas flexibilizações de atividades econômicas
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A Enel X vai construir painéis solares para abastecer 300 agências do Bradesco no Ceará, Rio de Janeiro e Goiás (Foto: Júlio Caesar)
Foto: Júlio Caesar A Enel X vai construir painéis solares para abastecer 300 agências do Bradesco no Ceará, Rio de Janeiro e Goiás

Após sofrer uma queda de 3,56% em 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará deve mais que recuperar as perdas do ano passado e crescer 5,77% em 2021. Essa é a nova previsão do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) divulgada ontem, quando da apresentação dos resultados da economia cearense no 1º trimestre deste ano.



A expectativa é superior à divulgada nos meses de março (3,55%) e em dezembro do ano passado (3,70%) e, também, à previsão de crescimento do PIB do Brasil em 2021, que é de 4,85%. Entre as principais razões para o otimismo está o avanço no ritmo de vacinação no Ceará, a reabertura de quase todas as atividades econômicas, após lockdown decretado em março como medida de combate aos efeitos da segunda onda da pandemia de Covid-19.

Até mesmo a possibilidade de uma crise no setor hidrelétrico nacional, que causa preocupação em nível nacional, pode favorecer a economia estadual, na avaliação do órgão. Isso porque o acionamento das termelétricas e a expansão das fontes energéticas eólica e solar seriam vantagens competitivas do Ceará em relação a outras unidades federativas. “o Estado é um polo gerador de energia de origem não hídrica e essa demanda pode ser estimulada e beneficiar nossa economia”, explicou Witalo Paiva, analista de políticas públicas do Ipece.

A propósito, a atividade com maior crescimento no 1º trimestre de 2021 no Ceará, de acordo com o instituto, foi a de eletricidade, gás e água, com expansão de 21,32% em relação ao 1º trimestre de 2020. Esse resultado ajudou a fazer da Indústria o setor que mais cresceu nos três primeiros deste ano: 7,17% e, também, puxou o PIB estadual, que teve alta de 1,14% no período. Também teve crescimento, de 1,8% a Agropecuária. Já o setor de Serviços recuou 0,51%. Quando comparado ao 4º trimestre de 2020, a economia cearense amarga retração de 1,4% e no acumulado dos últimos 4 trimestres, o recuo chega a 3,68%.

Segundo explica o Ipece, além do Ceará, apenas mais “mais sete estados brasileiros realizam o cálculo de sua economia trimestralmente: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo, que utilizam a mesma ponderação das Contas Regionais. É calculado com base nos resultados dos três setores, Agropecuária, Indústria e Serviços, e desagregados por suas atividades econômicas”.

Representando o setor que teve a maior alta no 1º trimestre, Guilherme Muchale, gerente do Observatório da Indústria, disse que “o Ceará apresentou um comportamento superior até a média nacional (que teve as atividades industriais crescendo 3%). Acho que parte disso advém do próprio comportamento do Estado na pandemia, que teve parte do nosso setor fechado na primeira onda de Covid-19 e dessa vez não fechou, até por ser o de menor risco”.

Ele acrescenta que “isso criou, de certa forma, uma intensa demanda por produtos. Os estoques, inclusive industriais, estavam reduzidos. Assim que a indústria reabriu e não mais teve atividades interrompidas ela começou a atuar com uma elevação da produção e agora está apresentando forte crescimento sobre 2020”. Munchale destacou como outro destaque neste ano, as indústrias da transformação e da construção civil.

Como desafios ainda a enfrentar, o gerente do Observatório da Indústria, cita a escassez de matérias-primas. “Isso aconteceu exatamente porque não era esperada uma recuperação tão forte no 2º semestre de 2020. Mais recentemente, agora em maio, fizemos uma pesquisa e 58% das indústrias apresentavam dificuldade por conta da elevação de insumos e 24% sofriam com a indisponibilidade deles, o que dá 82%”, explica. (Colaborou Armando de Oliveira Lima)

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