Nos últimos dez anos, a indústria cearense mais que dobrou de tamanho em receita líquida de vendas (RLV), chegando a R$ 53 bilhões em 2019, enquanto era de R$ 26 bilhões em 2010. Ao fim desse período, o Estado possuía 5.399 unidades fabris e ocupando mais de 221 mil trabalhadores. A maioria dessas indústrias faziam parte da indústria de transformação (97,85%).
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Em relação a estrutura da RLV, observou-se aumento de participação das atividades não industriais, 14,74% em 2010 para 16,28% em 2019, enquanto a parcela referente às atividades industriais reduziu. Os dados são da Pesquisa Industrial Anual - Produto, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre as principais categorias, conforme a receita líquida de vendas, temos: fabricação de produtos alimentícios (18,22%), fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (14,94%), metalurgia (14,49%), preparação de couros e fabricação de artefatos de couros, artigos para viagem e calçados (10,50%), fabricação de produtos químicos (6,85%) e confecção de vestuário e acessório (6,68%), ocupando as seis primeiras posições.
Ainda olhando para os setores, nos últimos dez anos, a atividade industrial que mais cresceu em receitas foi a de metalurgia, com 10,1 pontos percentuais (p.p.), enquanto preparação de couros e fabricação de artefatos de couros, artigos para viagem e calçados reduziu sua participação em 5,06 p.p.
Entre 2010 e 2019, a pesquisa do IBGE ainda mostra que a indústria cearense evoluiu em remuneração, passando de R$ 2,6 bilhões (16,6%) para R$ 5,1 bilhões (19,6%) no acumulado. O resultado é puxado pelas indústrias extrativas, com ganho de 0,4 p.p., mas nas indústrias de transformação temos perdas de mesma proporção.
Em 2019, a indústria cearense - considerando as unidades fabris locais com cinco ou mais pessoas ocupadas - empregou mais de 221 mil pessoas. Comparando com 2018, houve ganho de 2,47%. A indústria do couro, artigos para viagem e calçados foi a que mais tinha gente empregada (24,7%), seguida da indústria de confecção (19,4%) e fabricação de produtos alimentícios (17%).
A produção de farinha de trigo do Ceará foi o grande destaque da pesquisa, que mostra que, em 2019, o valor de produção alcançou R$ 1,66 bilhão, enquanto no ano anterior havia sido de R$ 1,61 bilhão. O resultado faz com que a indústria cearense produza 10,8% da farinha de trigo do País.
Considerando as vendas de 2019, o levantamento consolidado informa que a farinha de trigo ainda teve uma das maiores receitas líquidas no Estado, de R$ 1,04 bilhão, ou 9% do total nacional. Em um ano, houve ganho de 10,7% na receita líquida.
Além da farinha de trigo, foram destaques em valor de produção os herbicidas, inibidores de germinação e reguladores de crescimento de plantas; depois vem a indústria de calçados, com R$ 1,06 bilhão; em seguida temos a indústria de tecidos de algodão (R$ 1,01 bilhão); indústria de bolachas e biscoitos (R$ 1,01 bilhão), que representam 8,6% da produção nacional do produto.
No que se refere às receitas de vendas, em 2019, tivemos o destaque da farinha de trigo. Mas outras indústrias, como a de refrigerantes, exceto águas aromatizadas, registraram receita líquida de R$ 776 milhões e uma participação de 3,35% do total nacional. Isso representa aumento de 9% ante o resultado de 2018.
Com receita líquida de R$ 642 milhões, a indústria de cervejas e chope, inclusive sem álcool, registraram um crescimento anual de 33,9% entre 2018 e 2019.