O Ceará vem retomando sua colheita de algodão em decorrência de investimentos em tecnologia e manejo. As parcerias da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet) com Embrapa, Centec, Ematerce e demais instituições ligadas ao setor também impulsionaram o aumento na produção. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020, o Estado plantou 2.919 hectares de algodão. Para este ano, a expectativa é que se supere a área plantada em mais de 3.234 hectares.
Com a retomada, o plantio de algodão vem mudando a realidade dos campos no Estado, que já foi um dos maiores produtores do País há cerca de três décadas. Nos meses de agosto e setembro últimos, os campos ficaram cheios e a colheita foi iniciada. O Programa de Modernização do Algodão do Governo do Ceará vem, desde de 2019, buscando encorajar agricultores a voltarem a plantar.
Nos anos 1980, antes da praga do bicudo, o Ceará tinha um status na produção algodoeira diferenciado, chegando a plantar cerca de 1,2 milhão de hectares. Exatamente por isso, o Estado chegou a ser o maior produtor do Nordeste e o terceiro maior do Brasil.
Para o coordenador do Programa de Modernização do Algodão, Euvaldo Bringel, mais importante que o aumento de área, é a nova fase que vive a cultura do algodão no Ceará, com aumento da produtividade e profissionalização da cadeia produtiva. "O sucesso do programa do algodão já desencadeou a ampliação da produção de outros grãos, como a soja, o sorgo e o milho, ancorado na ampliação de áreas, abertura de novas fronteiras agrícolas e prospecção de águas subterrâneas para ampliar a irrigação. Vale salientar que naturalmente os empreendimentos que cultivam algodão fazem o rodízio de cultura e viabiliza-se aí nova perspectiva para o agronegócio do leite, frango, suíno, indústria de ração e outras atividades econômicas no Estado que dependem da importação desses insumos", afirmou.
O secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Maia Junior, e o executivo do Agronegócio, Silvio Carlos Ribeiro, acompanharam parte da colheita na Chapada do Apodi. "Hoje é um dia muito alegre, muito feliz de ver que o Ceará volta a produzir uma das suas grandes riquezas do passado. A economia do Ceará começou a se estruturar a partir exatamente da produção do algodão. E hoje, 30 anos depois, vejo inovação, novas tecnologias e empreendedores que acreditam no trabalho técnico e científico, é uma grande satisfação", afirmou, em nota, o titular da Sedet.
Na última sexta-feira, 10, no entanto, o colunista do O POVO Nazareno Albuquerque também registrou colheita de dois mil hectares de algodão irrigado, com elevada produtividade, em sua coluna. Em conversa com o jornalista, o empresário Raimundo Delfino, da Santana Textiles, declarou que espera "que em uma década o médio Jaguaribe e o Sertão Central sejam fornecedores expressivos de algodão para nossa indústria", desafiou. A colheita deste setembro representou apenas 3% do total/ano industrializado.
"Para voltar a ser grande iremos precisar de tecnologia, assistência técnica, crédito e organização dos produtores para alcançarem produtividade e competitividade", destacou o líder da empresa. O que fomos no século passado, não se aplica à realidade de hoje, cujos preços são ditados por grandes centros produtores com alta produtividade por hectare.
História
Nos anos 1980, antes da praga do bicudo, o Ceará tinha um status na produção algodoeira diferenciado, chegando a plantar cerca de 1,2 milhão de hectares.
PecNordeste retorna on-line em 2021
Após um ano sem atividade, o Seminário Nordestino de Pecuária (PecNordeste) voltou à agenda do setor do Ceará e deve reunir 40 atividades na programação técnica do evento, que engloba a participação de vários segmentos do agronegócio. Com programação totalmente online, os trabalhos focam no fortalecimento do setor, segundo afirma Rodrigo Diógenes Pinheiro, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec) e coordenador geral do evento.
O PecNordeste tem início hoje, com abertura e palestra magna para convidados e com transmissão ao vivo pelo canal do Youtube do Sistema Faec/Senar-CE.
Ontem foi a abertura, com entrega da Medalha do Mérito Rural Professor Prisco Bezerra. O deputado federal Danilo Forte; João Teixeira, fundador da Frutacor; e Jorge José Prado Gondim de Oliveira (in memoriam) foram os homenageados.
Nesta terça-feira, a partir das 14h, tem início a programação técnica, que segue nos dias 15, 16 e 17 de setembro. Informações em pecnordeste.com.br