O crescente movimento de retorno das feiras voltadas para agroecologia e para a agricultura familiar tem ajudado a dar impulso à produção de alimentos orgânicos no Ceará. No último sábado, 25, mais um evento do tipo foi lançado em Fortaleza: a Feira Agroecológica do Parque.
A feira será realizada quinzenalmente no Parque Estadual do Cocó, na área Adahil Barreto, sempre das 7h às 12h. Além de hortaliças, nela são comercializadas folhagens, frutas, leguminosas, mel, café, plantas ornamentais, itens de artesanato e refeições produzidas com alimentos orgânicos. Outras feiras de destaque realizadas periodicamente na cidade são a Feira Agroecológica do Benfica e a Feira de Orgânicos da Praia.
O presidente da Fundação Cultural Educacional Popular em Defesa do Meio Ambiente (Cepema), Adalberto Alencar, enumera alguns aspectos do tamanho da cadeia produtiva de alimentos orgânicos no Estado, bem como os desafios para a expansão. “São em torno de mil famílias certificadas para produzir orgânicos e mais de 120 produtos. Nosso potencial de produtividade, com sistema de irrigação, é muito grande. Infelizmente, esses agricultores enfrentam dificuldades de chegar ao consumidor final”, pontua.
Ele ressalta que a realização das feiras é uma oportunidade de aproximar produção e clientela. “Esses produtores, muitas vezes, se veem obrigadas a vender para a Ceasa um produto orgânico por um preço que não é justo. Já em uma feira agroecológica, eles conseguem vender por um preço que, ao mesmo tempo, atende às suas necessidades econômicas e é mais acessível a quem compra. Por exemplo, o quilo do tomate orgânico vendido em supermercados a até R$ 16, aqui é vendido por R$ 8. O maracujá que é vendido a R$ 10 o quilo nesses estabelecimentos aqui é vendido a, no máximo, R$ 5”, cita.
Por sua vez, o secretário estadual do Meio Ambiente, Artur Bruno, destaca que as feiras agroecológicas estimulam a população a consumir produtos orgânicos e valorizam a agricultura familiar certificada. Todos esses alimentos certificados como orgânicos passam por um processo rígido de certificação”.
Nesse sentido, o presidente da Cepema explica que existem três tipos de certificações voltadas a produtos orgânicos: para feiras, para supermercados e para industrialização. A Feira Agroecológica do Parque, por exemplo, contou com a certificação da Rede Eco Ceará, presente em 40 municípios.
“Para isso, é preciso que três pessoas de uma mesma família ou grupo produtor se cadastrem, recebam capacitação e façam a transição para agroecologia. Uma vez certificado, esse produto pode ser comercializado em feiras locais, realizadas nos municípios, ou em Fortaleza”, complementa.