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Exploração de energia eólica no mar será regularizada até o fim do ano, diz ministro
Economia

Exploração de energia eólica no mar será regularizada até o fim do ano, diz ministro

Quase um terço dos projetos que atualmente aguardam aprovação no Ibama são do Ceará. Ministro de Minas e Energia ainda garantiu abastecimento de energia em 2021 sem apagão
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Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, descartou ainda a volta do horário de verão (Foto: José Sobrinho / Fiec)
Foto: José Sobrinho / Fiec Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, descartou ainda a volta do horário de verão

O Governo Federal vai regulamentar até o fim de 2021 a exploração eólica offshore - quando a produção de energia com as torres é feita no mar. Quem fez a confirmação foi o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em palestra, ontem, na abertura do Proenergia 2021, realizado em Fortaleza pelo Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia-CE), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

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O Ceará é um dos principais interessados nessa regulamentação. Dos quase 40 GW de capacidade de produção no País das eólicas offshore, quase um terço são projetos a serem desenvolvidos na costa cearense. Os empreendimentos Caucaia e Asa Branca, ambos no litoral cearense, têm os processos de avaliação mais antigos, respectivamente de 2016 e 2017.

Somente o Ceará, com base nos dados do Atlas Eólico e Solar, possui um potencial de produção de 117,2 GW, o que supera os 2,8 GW de potência instalada que atende o Estado. O Brasil conta com 5 mil GW de potencial.

O ministro ainda destacou que o País não deve ter o retorno do horário de verão, medida apontada como solução para redução do consumo de energia. Ainda segundo o ministro, o Governo garante "total governança" sobre a crise hídrica e que não teremos apagões.

Bento Albuquerque ainda ressaltou que o momento que enfrentamos é diferente do que vimos em 2001 e em 2014. Lembrou que a dependência da matriz hidrelétrica vem caindo, apesar dela ainda ser de grande predominância.

A capacidade elétrica instalada mais do que dobrou nos últimos 20 anos. Somente em 2021, segundo o ministro, a expansão de geração aumentou em 13%, e de transmissão, em 15%. “Ontem tivemos a reunião ordinária o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico e constatamos que estamos atravessando esse período de escassez hídrica com total governança e vamos chegar ao final do ano do mesmo jeito, com total governança também, fruto das medidas que adotamos desde outubro do ano passado.”

Nesse processo de transformação da matriz também inclui o hidrogênio verde. A política nacional já existe e o Ceará é o pioneiro com 16 projetos engatilhados ou assinados. O deputado federal Danilo Forte (PSDB-CE), destaca que todo o Nordeste possui uma janela de oportunidade aberta, que envolve bilhões de dólares em investimentos e tem potencial transformador para a economia. "Essa oportunidade faz a gente sonhar".

Titular da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará (Sedet-CE), Maia Jr ressaltou a história cearense de pioneirismo na mudança da matriz energética e que espera que o processo de regulamentação acontece o mais breve, já que investimentos no Ceará aguardam há anos aprovação. Já o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, que enfatizou a importância de um esforço coletivo em soluções de longo prazo que contribuam para descarbonização da produção, citando o impulso à geração distribuída e hidrogênio. "Não podemos perder essa oportunidade por falta de legislação".

Evento

O Proenergia 2021 ocorrerá de forma virtual até sexta-feira, 8, e terá foco no panorama atual, mirando as oportunidades e desafios do setor. Além do ministro Bento Albuquerque, compareceram à cerimônia de abertura o deputado federal Danilo Forte, coordenador da Frente de Energias Renováveis da Câmara dos Deputados, o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, o presidente do Sindienergia-CE, Luís Carlos Queiroz, e o secretário Adão Muniz, da Secretaria de Infraestrutura do Governo do Estado do Ceará.

Canadense Jangada Mines investirá R$ 54 milhões na exploração mineral em Tauá, Ceará

O Ceará poderá se tornar centro de referência em mineração no Nordeste em um futuro próximo, conforme definiu o titular da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará (Sedet), Maia Jr. Ele destaca ainda que a empresa de mineração canadense Jangada Mines fará aporte inicial de R$ 54 milhões no Estado para exploração mineral. 

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A empresa, conforme Maia Jr, já obteve o licenciamento ambiental necessário e está em articulação constante com o governo do Estado para assinatura do memorando de entendimento que permitirá o início da atuação da multinacional no Ceará. 

Entre os componentes buscados pela empresa estão o minério de ferro, o Vanádio, metal de transição utilizado na indústria carboquímica, e o titânio. A empresa se instalará no município de Tauá, a cerca de 320 km de Fortaleza. A expectativa e de que sejam gerados 130 empregos de forma direta. 

A planta de exploração prevê capacidade anual de geração de 300 mil toneladas de minério primeira fase de produção. O potencial de exploração é bem maior, e a Jangada Mines pretende atingir 1 milhão de toneladas de mineiro por ano após a consolidação dos poços de exploração mineral.

Conforme revelou Maia, a data para assinatura do memorando com o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), será divulgada "em breve". O secretário destaca ainda que o potencial de mineração do Estado será investigado detalhadamente por uma pesquisa nacional da Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM). 

O estudo foi encomendada pelo Ministério de Minas e Energia do Brasil e terá como foco a descoberta de novos potenciais de negócios relacionados a exploração mineral e produção de energia no País. "Uma coisa muito importante para nós. Estamos celebrando acordo de cooperação com a CPRM para desbravar o potencial mineral do Ceará. É uma honra porque o Estado foi escolhido entre outros três estados, o que fortalece nosso potencial de desenvolvimento", complementa Maia. 

A vinda da empresa canadense reforça a exploração mineral e o potencial de conexão com os demais hubs de desenvolvimento presente no Ceará, em especial o industrial e o químico. Além disso, a capilaridade logística de transporte rodoviário e também de exportação pelo porto do Pecém tem atraído outras empresas interessadas na exploração de minérios no Estado. 

Um exemplo é o projeto de exploração de urânio na jazida no munícipio de Santa Quitéria. O plano de exploração está em fase final de licenciamento, conforme a Sedet. O aporte inicial é de US$ 400 milhões (dólares), com geração de 2.500 empregos diretos. Plano prevê ainda a construção de uma fábrica de fertilizantes associada à exploração mineral na região. 

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