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Potencial de trabalho remoto no Ceará é de apenas 18,8%
Economia

Potencial de trabalho remoto no Ceará é de apenas 18,8%

O percentual está abaixo da média brasileira (22,7%), segundo o Ipea. O estudo revela ainda que a escolaridade é a variável individual mais correlacionada com a probabilidade de trabalho remoto no País.
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cinco principais ocupacoes de teletrabalho no Brasil (Foto: cinco principais ocupacoes de teletrabalho no Brasil)
Foto: cinco principais ocupacoes de teletrabalho no Brasil cinco principais ocupacoes de teletrabalho no Brasil

No Ceará, mais de 678,7 mil profissionais estão em ocupações passíveis de serem realizadas de forma remota, o que representa 18,8% do total de vagas do mercado de trabalho. O percentual está aquém da média brasileira (22,7%). Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que revela também que os profissionais de nível superior têm 23% mais chance de trabalhar remotamente do que aqueles que têm o nível fundamental incompleto.

A escolaridade é a variável individual mais correlacionada com a probabilidade de trabalho remoto no Brasil. Esta foi uma das conclusões do estudo Um panorama do trabalho remoto no Brasil e nos estados brasileiros durante a pandemia, feito com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Covid-19, do IBGE, realizada entre maio e novembro de 2020.

O levantamento do Ipea apontou que, durante o primeiro ano da pandemia, mais de 7,3 milhões de pessoas trabalharam efetivamente de forma remota no Brasil. O número representa 9,2% da população ocupada e não afastada, sendo responsável por 17,4% da massa de rendimentos gerada via trabalho.

No Ceará, o perfil médio de quem estava em home office no Ceará eram mulheres (63,8%), com cor preta/parda (63,4%), escolaridade de nível superior completo (77,5%) e idade entre 30 e 39 anos (30,9%). A maior parte delas também estava ocupada no setor público (57,9%).

O estudo mostrou que, mesmo no auge da pandemia, em maio de 2020, o percentual máximo de pessoas que efetivamente puderam ficar de home office foi de 15,7% no Ceará, mas, em novembro daquele ano, já tinha caído para 7%. Ou seja, aquém do seu potencial.

Hoje a distância é ainda maior, considerando que com o avanço da flexibilização das atividades econômicas e da vacinação mais empresas estão retomando as atividades presenciais. Mas o pesquisador do Ipea, Geraldo Góes, um dos autores do estudo, explica que mesmo com a queda do home office, dificilmente, o mercado de trabalho voltará a ser como antes da pandemia.

“A experiência mostrou que há uma série de fatores que podem influenciar as empresas a continuar com o teletrabalho, por exemplo, a redução de custos com aluguel de máquinas e do espaço físico, do transporte do trabalhadores, em alguns casos aumenta a produtividade, então, por isso a gente acredita que o número vai diminuir mas não chegar ao nível pré-pandemia”.

Daí a importância de entender o perfil dessas contratações. O estudo revelou, por exemplo, que ser mulher aumenta as chances de trabalhar de forma remota em 1,5% na comparação com os homens. Na análise por raça/cor, ser branco eleva as chances de homeoffice em 2,3% em relação a negros.

Se a pessoa trabalhar no serviço público, as chances de estar em remoto aumentam em 14% na comparação com as pessoas empregadas na atividade agrícola. Os trabalhadores com vínculo informal têm 0,8% menos chances de fazer teletrabalho do que os que exercem o ofício formalmente.

(com Agência Brasil) 

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