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Fim do auxílio emergencial gera incerteza no varejo para vendas de fim de ano
Economia

Fim do auxílio emergencial gera incerteza no varejo para vendas de fim de ano

Em Fortaleza| Inflação e alta dos custos também pesam para piora da expectativa dos lojistas. Ainda assim, as projeções são positivas diante do movimento registrado nos últimos meses
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 Incertezas em relação a continuidade dos programas sociais fazem lojistas investirem menos do que o previsto (Foto: JULIO CAESAR)
Foto: JULIO CAESAR  Incertezas em relação a continuidade dos programas sociais fazem lojistas investirem menos do que o previsto

Ainda em processo de recuperação, as vendas do comércio apostam em datas comemorativas como o principal reforço no aumento de caixa para seguir na retomada econômica. Faltando 23 dias para a Black Friday e menos de dois meses para o Natal, o varejo fortalezense, porém, segue incerto com as projeções de faturamento para a data. O principal motivo está relacionado com o fim dos pagamentos do auxílio emergencial, a extinção do Bolsa Família e as incertezas com relação ao Auxílio Brasil.

A ausência dos benefícios sociais geram incerteza social e política e esfriam as estimativas do setor para uma recuperação acelerada.

"Mesmo com a vacinação avançada e a gente pensando em um pós-pandemia, sem o auxílio fica essa dúvida. Todos ficam muito receosos de como daremos continuidade ao processo de recuperação econômica. Por causa disso ainda não conseguimos projetar uma estimativa de vendas", destaca Cid Alves, presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas).

O representante do varejo afirma que as projeções ainda são positivas diante do movimento registrado nos últimos meses, mas reforça a cautela dos lojistas para o que deveria ser uma das maiores datas para vendas no ano.

“Em fluxo de mercadoria em si, eu diria que teremos um aumento de até 2%, no número de produtos vendidos, mas com relação ao faturamento, a gente espera que seja bem maior que esse patamar, claro, mas sem o auxílio não sabemos como o consumidor vai reagir”, complementa.

A incerteza também afeta as projeções da Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL). Assis Cavalcante, presidente da entidade, pontua que as projeções de vendas para o fim de ano estão abaixo do esperado.

“Nós devemos ter um novembro um pouco melhor que 2019 porque estamos vindo de meses com resultados satisfatórios, mas dezembro não é mais o dezembro que era, dezembro é está quase sendo um mês normal para o varejo”, pontua.

Tanto a CDL quanto o Sindilojas pontuam ainda que o fluxo de vendas será afetado pela inflação. Desta forma, mesmo um caixa elevado pode não representar um grande faturamento. Assis pontua ainda que as despesas dobradas com aluguéis para lojistas de shoppings e a antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em maio e em julho, irão enfraquecer as compras de fim de ano.

Nesse cenário, a dinâmica de venda para Black Friday e para o Natal no comércio cearense terá uma variedade singular de acordo com o perfil de cada lojista, com alguns apostando mais em vendas online e outros reforçando promoções e condições especiais para compras presenciais, conforme analisam os representantes do setor.

Ainda conforme as entidades, as grandes redes do varejo deverão ofertar descontos mais atrativos aos consumidores para aumentar vendas enquanto lojas de pequeno e médio porte terão que conter a dimensão das ofertas e apostar em outras estratégias de marketing para atrair os clientes.

“O que nós percebemos é que muitos produtores, não a maioria claro, mas alguns estão percebendo uma necessidade de apoio aos varejistas, então tudo que eles estão podendo fazer para dilatar prazos e melhorar nossas condições de pagamento eles tão fazendo e nós conseguimos repassar isso ao consumidor. É assim que estamos fazendo a economia girar”, destaca Cid Alves ao mencionar a importância da articulação entre lojistas.

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