As condições das rodovias estaduais e federais que cortam o Ceará geram, em média, um prejuízo anual de R$ 174 milhões para a cadeia econômica, desde aos motoristas até consumidores que são impactos pela alta de preços dos fretes. Os dados são do estudo divulgado ontem pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) que mostra também que apenas 50,8% das rodovias estão em situação regular de conservação e infraestrutura.
Das 35 rodovias federais e estaduais existentes no Estado, apenas uma está em ótimo estado. É a CE-040, de administração estadual. A pesquisa leva em conta aspectos como pavimento, sinalização e geometria das vias. Por outro lado, a CE-155 e o trecho da CE-366, que se transforma na BR-403, foram classificadas com péssimas condições, segundo o levantamento.
A pesquisa destaca ainda que 60,5% das rodovias no Ceará apresentam pavimentação desgastada. Trechos com trincas na malha e remendos somam 24,5% do total de estradas no Estado. Apesar disso, com relação a sinalização das vias, 81,6% delas estão em perfeitas condições e completamente visíveis.
A CNT estima que será necessário, ainda em 2022, um investimento de R$ 2,2 bilhões em ações de recuperação de vias. Desse total, cerca de R$ 1,46 milhão em ações emergenciais de substituição total ou parcial de camadas estruturas de trechos de rodovia.
Procurada, a Superintendência de Obras Públicas do Ceará (SOP) pondera que os critérios da pesquisa são referenciados pelos parâmetros de rodovias Classe I do Manual de Projeto Geométrico do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). Porém, pela projeção de uso e pelo propósito de serem complementos à rede federal, as CEs são projetadas, em maioria, nos padrões Classe III e Classe IV, o que compromete rodovias estaduais em alguns critérios da avaliação.
“Na comparação com 2019, o Ceará ficou em situação estável, mas subiu 3,2 ponto percentual no índice de status "bom" ou "ótimo"”, informou em nota.
Também reforça que apenas 35,45% é de rodovias estaduais, sendo o restante composto por trechos de rodovias federais - essas últimas sendo competência do Dnit. “Os 1.305 km de CEs monitorados na pesquisa correspondem a cerca de 15,15% da extensão total de rodovias estaduais pavimentadas, de forma que o recorte é desproporcional à integralidade da malha viária”.
Sobre as rodovias classificadas como "péssima", informa ainda que a CE-155 está em obras de duplicação e a CE-366 passará por obras de restauração. O órgão também ressalta que faz análise periódica das rodovias estaduais por meio do Levantamento Visual Continuo (LVC), que registra a condição de toda a malha viária metro a metro. O último LVC mostrou que 80% das rodovias cearenses apresenta boas condições de trafegabilidade, em conformidade com a classe para a qual foi projetada.
O Ministério de Infraestrutura também foi procurado, mas até o fechamento desta edição, não se manifestou.
Rodovias que cortam o Ceará
BR-020 BOM
BR-116 REGULAR
BR-122 RUIM
BR-222 BOM
BR-226 REGULAR
BR-230 REGULAR
BR-304 BOM
BR-402 REGULAR
BR-403 REGULAR
BR-404 RUIM
BR-437 REGULAR
CE-040 ÓTIMO
CE-060 REGULAR
CE-060/BR-122 REGULAR
CE-085 REGULAR
CE-085/BR-402 REGULAR
CE-138 REGULAR
CE-155 PÉSSIMO
CE-168 REGULAR
CE-178/BR-403 REGULAR
CE-183/BE-403 RUIM
CE-187/BR-403 REGULAR
CE-278 REGULAR
CE-292 REGULAR
CE-292/BR-122 RUIM
CE-292/BR-230 REGULAR
CE-329/BR-403 REGULAR
CE-341 RUIM
CE-348 REGULAR
CE-364 RUIM
CE-362 REGULAR
CE-366/BR-403 PÉSSIMO
CE-375/BR-122 RUIM
CE-386 RUIM
CE-494/BR-122 REGULAR
Fonte: pesquisa Confederação Nacional do Transporte (CNT)