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Tecnologia 5G deve reduzir desigualdade industrial e logística no Brasil
Economia

Tecnologia 5G deve reduzir desigualdade industrial e logística no Brasil

| Transformação | Projeto-piloto de centro de distribuição da Huawei com transmissão de ultra velocidade e uso de robôs autônomos é apontada como exemplo ao setor produtivo
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Centro de Distribuição da Huawei em Sorocaba atua com rede privada de 5G e 12 robôs autônomos operando as cargas (Foto: Armando de Oliveira Lima)
Foto: Armando de Oliveira Lima Centro de Distribuição da Huawei em Sorocaba atua com rede privada de 5G e 12 robôs autônomos operando as cargas

A mais nova geração de telefonia do País começa a mostrar resultados para o setor produtivo, a partir de projetos-pilotos testados desde 2020. O ganho de 25% na operação a partir da instalação de uma rede privada 5G no centro de distribuição (CD) da Huawei em Sorocaba (SP) projeta um avanço e, principalmente, a redução das desigualdades regionais para os setores industriais e logísticos do País, segundo avalia Igor Calvet, presidente da Agência Brasileira do Desenvolvimento Industrial (ABDI).

Presente ao lançamento do documento “Logística inteligente e o 5G no Brasil” – no qual a experiência do CD foi atestada –, ele reconhece a concentração de investimento no Centro-Sul do País, onde “fluxo de capitais é muito maior e por razões óbvias, porque tem demanda criando fluxo maior”, mas aponta o 5G como uma das resoluções possíveis para o cenário de contraste com empresas localizadas no Nordeste.

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“Falamos da indústria 4.0 há mais de uma década e talvez não tenha deslanchado porque necessita para a plena evolução de uma tecnologia habilitadora, e uma delas é a conectividade. Agora, após o leilão, isso pode acontecer através do 5G. Por suas características, de maior velocidade, menor latência, maior tráfico de dados, vai conseguir diminuir essa desigualdade tecnológica”, defende.

Para alcançar o objetivo, Calvet conta que a ABDI deve investir em eventos para difundir experiências como o do centro de distribuição da Huawei, além de preparar incentivos para outros pilotos através de editais, que estão previstos para o próximo ano.

“Eu diria que todo o setor produtivo deve se beneficiar dessa tecnologia, desde o setor de aço, produção de alimentos, agricultura, produção de máquinas e equipamentos e até os pescadores do Ceará, onde a gente tem um projeto de rastreamento de atum que pode ser beneficiado por isso”, exemplifica.

Robôs autônomos conectados por 5G

No CD de Sorocaba, a Huawei instalou 12 antenas 5G após liberação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para a montagem da rede privada que contou com operacionalização do sinal pela Vivo. No espaço de 22 mil metros quadrados, 12 robôs autônomos fazem o transporte matéria-prima e equipamentos vendidos pela empresa entre a organização e o preparo para o envio. Os valores, no entanto, não são revelados pela empresa.

Além dos 25% de eficiência ganhos na operação, o ciclo de produção caiu de 17 horas para 7 horas, segundo os cálculos da empresa, e houve uma melhoria de 20% no giro de estoque e “a eliminação total dos erros operacionais e do uso de papel”, a partir do uso da tecnologia que permite velocidade de resposta das máquinas ultra rápida.

Desenvolvidos por uma empresa parceira da Huawei, os equipamentos têm cerca de 1,5 metro de diâmetro com menos de 0,5 metro de altura. Percorrem o chão de fábrica com trajetórias pré-programadas, alçando os palets montados pelos funcionários por baixo e os levando até o destino adequado.

Otimizar desde o básico

O investimento em tecnologia de ponta como este, no entanto, não precisa ser a primeira preocupação do setor produtivo quando se pensa em agilizar a operação, segundo observa Pedro Moreira, presidente da Associação Brasileira de Logística (Abralog).

“Primeiro, a empresa precisa revisar seus processos e fazer bem o básico. Depois, ir inserindo a tecnologia para ganhar mais escala, rentabilidade e redução de custos”, aconselha.

Sobre o 5G na operação, ele também diz acreditar que é um caminho para reduzir as desigualdades regionais no setor e destaca que é o momento de a “logística sair do modelo reativo para o pró-ativo, inteligente.”

“A logística no Brasil movimenta 12,5% do PIB. E é com estrutura, transporte, tecnologia, pessoas e capital investido em estoque. Isso é muito dinheiro e tem um potencial de inovação fantástico”, arremata.

*O jornalista viajou a convite da Huawei

Previsão

Segundo a Anatel, o 5G começa a funcionar nas capitais do País até julho de 2022 e deve se estender até 31 de julho de 2029, quando a tecnologia estará disponível para cidades com mais de 30 mil habitantes

 

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