Os setores produtivos inseridos na Economia do Mar, na Moda e Hidrogênio Verde devem receber estímulos a partir de parcerias fechadas entre o Governo do Estado e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), na tarde de ontem, 10. A ideia, segundo comentaram o governador Camilo Santana e o presidente da Fiec Ricardo Cavalcante, é dotar essas áreas de mais competitividade no Estado.
"Os compromissos que assumimos juntos desde o início da pandemia nos permitiu superar todos os desafios", reforçou Ricardo Cavalcante ao dar boas-vindas ao governador.
 "Tudo que a gente tem feito aqui no Ceará, e eu estou terminando meu 7º ano como governador, é fazer com que o Estado tenha capacidade de investimento. E, por seis anos consecutivos, nós somos o primeiro em investimento público do País proporcional à nossa economia", destacou Camilo.
Para a Economia do Mar, foi formalizado o Planejamento Espacial Marinho (PEM) do Ceará e a criação do Comitê Estratégico, assim como o Atlas Digital Costeiro Marinho do Ceará. A partir dessas ações se espera conseguir mais informações a respeito da costa e do mar cearenses para consulta por investidores, turistas e agentes do meio ambiente.
Segundo adiantou o secretário Arthur Bruno (Meio Ambiente), responsável pelo Estado na iniciativa, uma plataforma já reúne hoje todos os dados de 108 categorias. "Uma informação importante é que o mar cearense é maior do que o próprio território. É uma área que nós precisamos conhecer e estamos chamando de Ceará Azul. Precisamos explorar economicamente, evidente, que preservando a fauna e a flora".
Ele informou que a iniciativa foi desenvolvida a partir do projeto Cientista-Chefe e contou com pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC). De acordo com ele, "o Atlas é um dos produtos desse programa, que é o planejamento costeiro e marinho do Estado, o qual conta ainda com o zoneamento ecológico e econômico, o plano de contingência para catástrofes e o observatório marinho e costeiro".
Todos devem ser concluídos e entregues para o uso da sociedade, conforme Arthur Bruno, no próximo ano. "Assim como na agricultura, queremos sair de uma pesca de sobrevivência, artesanal para profissional e industrializada. O Atlas vai ajudar muito nessa estrutura que queremos explorar no Ceará, que pode ser um grande produtor de proteína e gerar segurança alimentar para o Ceará e o resto do mundo", completou o secretário de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho (Sedet), Maia Júnior.
Maia conduz outras duas iniciativas do Estado que contam com parceria da Fiec e foram assinadas ontem. Uma delas é a de estímulo à cadeia produtiva da moda no Estado.
O POVO teve acesso ao documento que está em elaboração pelo Governo e traz sugestões de ajuda como "estudar a possibilidade de incentivos fiscais, bem como a revisão do regime tributário", "fornecer apoio nas ações de atração de empresas, implantação e criação de polos industriais" e "realizar ações que identifiquem e combatam a pirataria e a informalidade do setor."
As ações vão ao encontro dos interesses do setor, segundo Lélio Matias, presidente do Sindiroupas. Presente ao almoço na Fiec, o empresário destacou ainda a necessidade de maior qualificação do setor, da mesma forma que Maia enxerga essa estratégia como forma de fortalecer o empresário cearense contra os produtos têxteis e de moda chineses.
Maia Júnior também assinou com a Fiec e o Complexo do Pecém um memorando para a formulação do que chamou de "plano diretor do hidrogênio verde no Ceará". A partir deste estudo, serão elaboradas "as políticas públicas que a gente tem que trilhar, regulamentações, infraestrutura necessária, emparelhamento dos órgãos ambientais, recursos hídricos necessários, ou seja, é a cartilha do dever de casa cearense."
"Estamos desde fevereiro tentando organizar esse termo de referência e, como vimos que o mercado não tem uma disponibilidade de uma consultoria que pudesse fazer um trabalho desse, vamos fazer uma com o Centro de Tecnologia da Universidade Federal. É importantíssimo e inédito não só no Ceará, como no mundo".(Colaborou Beatriz Cavalcante)
Moda
Para impulsionar o polo da moda no Ceará, o Governo estuda, dentre outras medidas, a concessão de incentivos fiscais, a criação de um plano estratégico para atração de novas empresas e ações de combate à pirataria