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Parceria para o Programa de Educação Financeira do Ceará para escolas
Economia

Parceria para o Programa de Educação Financeira do Ceará para escolas

O Conselho Regional de Economia do Ceará pretende entrar em parceria com o Governo do Estado para intensificar a abordagem da disciplina nas escolas, mas a entidade deve investir também em parcerias com universidades, servidores e população em geral
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O Programa de Educação Financeira nos estados do Brasil esbarrou na pandemia. Mas o apoio à ação já é vislumbrado pelo Conselho Regional de Economia no Ceará (Corecon-CE), que a tem como uma das bandeiras da nova gestão, encabeçada por duas mulheres, Silvana Parente, presidente, e Desirée Mota, vice-presidente da entidade, em entrevista exclusiva ao O POVO.

Foi ainda em 2018 que o Brasil iniciou o plano de no ensino de educação financeira nas escolas ao incluir o tema na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Foram dois anos para as escolas adaptarem seus currículos. Porém, o ano de implementação obrigatória, 2020, foi atravessado pela pandemia que trouxe novos desafios para a educação como um todo.

A falta de infraestrutura e de conectividade se intensificaram. Contudo, no Estado, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), mesmo antes da BNCC, já aplicava, na rede pública estadual, atividades voltadas aos programas de educação fiscal e de educação financeira. 

No Ensino Médio de Tempo Integral, por exemplo, a temática já aparecia como uma disciplina eletiva ofertada a cada semestre, já nas Escolas Estaduais de Educação Profissional o tema entra em projetos interdisciplinares.

Na rede pública municipal de Fortaleza, a orientação da Secretaria Municipal de Educação (SME) é para o desenvolvimento da temática nas unidades escolares, preferencialmente, de forma transversal e integradora em todos os componentes curriculares. Mas também são firmadas parcerias em projetos.

Economista Desirée Mota é a noca colunista do O POVO (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Economista Desirée Mota é a noca colunista do O POVO

E é nestas parcerias que o Corecon-CE quer adentrar. "O Governo do Estado está com Programa de Educação Financeira nas escolas públicas e queremos ajudar isso a acontecer. Nós economistas estamos preparados para capacitar pessoas, alunos do ensino médio", diz Desirée.

Portanto, mesmo que os estados disponham de metodologias de ensino capazes de abordar a disciplina com foco na necessidade real daquele aluno, Silvana detalha que é necessário que ele possa aplicar aquilo no seu dia a dia.

"Tivemos cartilha de Educação Financeira ano passado e vamos atualizar de forma gratuita para a sociedade", complementa ela, afirmando que já tiverem aproximação com a Seduc e vão agora montar uma agenda para começar este trabalho. "Tem exemplo de outros estados do programa feito pelo intermédio do Corecon."

Outro ponto em relação ao tema é com as universidades. Silvana frisa que ainda há a estratégia de mirar os planos de desenvolvimento do Ceará 2050 e Fortaleza 2040, além dos rumos do Estado e das cidades. "Também vamos acompanhar a Educação Financeira dos servidores públicos, por meio das Escolas de Gestão Pública do governo e prefeitura para ajudar a capacitar o servidores. Grande parte está muito endividada."

DESIRÉE MOTA, vice-presidente Corecon-CE(Foto: Arquivo pessoal)
Foto: Arquivo pessoal DESIRÉE MOTA, vice-presidente Corecon-CE

Silvana e Desirée concederam entrevista ao O POVO sobre o mandato delas até o fim do ano. A eleição foi realizada na segunda-feira, 10 de dezembro de 2022. A posse foi realizada ainda na sede do Corecon-CE. A presidente eleita destacou a intenção de que a instituição contribua com o debate das políticas econômicas e de desenvolvimento, nos âmbitos estadual e nacional. 

Leia mais

Bandeiras do Corecon-CE

Fiscalizar a profissão de economista, que não abrange apenas Ciências Econômicas, mas todos os cursos correlatos, como Comércio Exterior, Finanças, Relações Internacionais e Economia Ecológica.

Ampliar a participação de mulheres na área. Ciências Econômicas pura é um curso que tem na Universidade Federal do Ceará (UFC) de Sobral, no Cariri, e na Universidade de Fortaleza (Unifor). Desirée e Silvana o consideram ainda muito seleto, com segmentação de mercado para a área financeira e a de desenvolvimento econômico. Porém, citam que apenas entre 30% e 34% deste mercado é ocupado por mulheres.

Ampliar a participação no Corecon é outra bandeira. Hoje possuem um pouco menos de 2 mil associados. 

Nas metas também está ampliar e mobilizar os economistas para o exercício da profissão e mostrar o impacto do economista para o mercado. Com isso, aproximar das universidades.

A ideia é ainda contribuir com o debate público na interação com a mídia e a sociedade com análises econômicas que sejam de alcança do entendimento de todos. 

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