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Ceará tem o maior crescimento no consumo de energia elétrica do País
Economia

Ceará tem o maior crescimento no consumo de energia elétrica do País

|EM 2021| Fatores como a recuperação da atividade econômica e expansão da demanda no mercado livre contribuíram para alta de 8,2%, o dobro da média nacional, que ficou em 4,1%
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Segundo especialistas, o Ceará tem levado vantagem no mercado nacional de energia elétrica, devido à prevalência de fontes renováveis, como a eólica  (Foto: Arquivo Qair Brasil/Divulgação)
Foto: Arquivo Qair Brasil/Divulgação Segundo especialistas, o Ceará tem levado vantagem no mercado nacional de energia elétrica, devido à prevalência de fontes renováveis, como a eólica

O Ceará foi o estado do Brasil que registrou o maior aumento no consumo de energia elétrica em 2021, 8,2%. De acordo com dados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o resultado é exatamente o dobro da média nacional, que foi de 4,1%, no período.

Entre os fatores apontados pela entidade e por especialistas consultados pelo jornal O POVO para esse crescimento de consumo está a recuperação econômica verificada, principalmente na comparação entre o primeiro semestre de 2021 com o de 2020.

No caso do Ceará, por exemplo, o primeiro período de restrições de atividades, no início da pandemia de Covid-19, durou quase três meses e incluiu parte significativa das atividades industriais. O segundo período de restrições mais rígidas, decorrente do agravamento da crise sanitária no ano passado, foi inferior a dois meses e deixou de fora a indústria.

Outro fator que impulsionou o consumo de energia foi a expansão do mercado livre, que abastece indústrias e grandes empresas, que avançou 13,6% no País. Esse mercado, no ano passado, representou 34,5% do total demandado pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), ou cerca de 22,2 GW médios. Por outro lado, o mercado regulado teve uma oscilação negativa de 0,2% , também observados os dados nacionais.

Ainda detalhando os números nacionais, a CCEE apontou os crescimentos de consumo da indústria automotiva (21%), do setor de vestuário (20%) e da metalurgia (12%) como os principais puxadores da alta no mercado de energia, como um todo. Além disso, apenas três das 27 unidades federativas tiveram redução na demanda energética: Amazonas (-2,1%), Acre (-1,6%) e Mato Grosso do Sul (0,4%).

Procurada pela reportagem, a Enel Ceará, principal distribuidora do Estado, divulgou um balanço interno parcial, com dados referentes aos nove primeiros meses de 2021. Quando comparado com o período equivalente do ano anterior, a companhia registrou aumento de 12,2% na venda e transporte de energia. Já quando observada apenas a comercialização no mercado livre, essa alta chega a 31,3% ante 8,4% do mercado regulado.

Para o presidente do Sindicato das Empresas Prestadoras de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia-CE), Luís Carlos Queiroz, “o avanço da vacinação foi uma das coisas que nos ajudaram bastante em 2021, permitindo a retomada das atividades econômicas. Junto disso, vieram o aumento nas exportações, que chegou a 47%, e essa ótima demanda do mercado livre, que sinaliza aí uma ótima dinâmica da economia estadual, tendo em vista que a que a energia é um insumo essencial no processo produtivo e econômico”.

Expansão renováveis

Ele acrescenta também que, em um cenário de temor pela crise hídrica que atingiu fortemente os reservatórios do Centro-Sul do País, o Ceará e o Nordeste, de um modo geral, levaram vantagem competitiva no mercado de energia, devido a menor dependência da matriz hidrelétrica e da prevalência das fontes renováveis, como a eólica e a solar. “Nós somos grandes exportadores de energia e, nesse contexto, o Sudeste tem que agradecer o fato de a nossa região ter suprido parte importante da demanda de energia do Brasil”, exalta.

Por sua vez, o especialista em engenharia elétrica Gilmar Lopes destaca que o forte crescimento no consumo energético no Ceará está interligado com o crescimento econômico do Estado, que, seguidamente, também tem ficado acima da média nacional.

“Aqui, a atividade econômica que tem demandado mais energia é o setor industrial, mas esse fenômeno não deixa de contemplar também o setor agropecuário, de uma maneira geral, e também os consumidores residenciais”, exemplifica.

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