A consolidação de um ecossistema de inovação no Ceará foi o tema central do segundo dia da 3° Escola de Verão em Inteligência Artificial nesta sexta-feira, 4. Discussão demarca a estratégia de hubs de inovação, startups, empreendedores, entidades privadas e públicas e pesquisadores cearenses em investir na interligação dos centros de inovação para consolidar o Ceará como polo exportador de ideias e tecnologias que provam soluções para demandas do setor produtivo e para problemáticas sociais.
O evento começou no dia 3 deste mês seguirá segue até o dia 5, sendo promovido pelo Iracema Digital, em parceria com o hub de inovação do Cumbuco. De forma online, o encontro reúne pesquisadores brasileiros, do Canadá, China e Estados Unidos com integrantes da gestão pública, da cadeia produtiva e do ambiente de inovação do Ceará com intuito de aproximar iniciativas de desenvolvimento.
"Inovação é um processo de diálogo, o processo criativo exige um diálogo se a academia não se conectar com o mercado e o governo não entender e apoiar esses integrantes, podemos não ter um desenvolvimento adequado", defende Rômulo Alexandre, co-fundador do hub Cumbuco.
Ele argumenta ainda que a perspectiva de cooperação e fomento ao desenvolvimento ecossistêmico é necessária para garantir avanços no setor de inovação no Estado. "Às vezes, temos empresas com produtos inovadores e tecnologias que são complementares em seus propósitos, e essa interligação permite acelerar ambos os negócios", acrescenta.
Um dos caminhos para fortalecer o ecossistema de inovação no Estado é a consolidação de uma agenda temática como forma de fomentar discussões sobre o tema, desde pesquisas científicas, até produtos comerciais. Nesse sentido, ao menos sete hubs de inovação cearenses já iniciaram articulação para debate de um cronograma de eventos temáticos no Estado, conforme revela Maurício Cardoso, diretor da aceleradora de startups Casa Azul.
"As startups começaram a se encontrar e conversarem, as aceleradoras e hubs começaram a pensar em um fórum de discussão, pensar em promover momentos de sinergias, eventos a ser criados, interlocuções políticas que possam ser necessárias para ajudar as startups e a inovação no Estado. Tivemos muitos votos de intenção e muita coisa se iniciando."
Maurício reforça ainda que as discussões de uma agenda única de inovação no Ceará tiveram avanço significativo no último ano e descreve 2020 como um ano altamente positivo para o setor. Ele destaca ainda que a articulação conjunta entre os fomentadores de inovação, startups, pesquisadores científicos tem na ambientação de negócios do Ceará "uma oportunidade única".
Diante da consolidação dos hubs de desenvolvimento setoriais no Estado, em especial do hub de hidrogênio verde e comércio exterior, o Ceará conta com uma penetrabilidade internacional privilegiada. "O principal foco no momento é se unir como coletivo para conseguir construir uma agenda positiva, técnica e de qualidade para inovação no Estado, mas não se isolar regionalmente", detalha.
A consolidação do ecossistema de inovação cearense deve aumentar a articulação comercial e cientifica com outros mercados de inovação. Nacionalmente, os focos são Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Recife. De parceiros internacionais, os diálogos crescentes com pesquisadores e investidores chineses demarcar a gigante asiática, como principal parceira de inovação para o Ceará.
"Nós nos entendemos como integrantes de uma rede onde não temos recursos para desperdiçar. Nós estamos em uma corrida para o desenvolvimento, passamos muito tempo atrasados com relação a isso e hoje nós temos atores de desenvolvimento muito importantes no Estado, mas eles precisam de uma atuação ecossistêmica para impulsionar suas ações e resultados", reforça Rômulo.
Com a articulação ecossistêmica proposta e as trocas com outros ecossistemas de inovação, abrem-se possibilidade para novos modelos de negócios e trocas científicas entre o Ceará e outras regiões do Brasil e do mundo. "Temos que aproveitar esse contexto não só visando aquela economia tradicional de venda de bens, consumo e serviços, temos que incentivar a troca de tecnologia, as relações de inovação, pesquisas acadêmicas", complementa Maurício.