Iniciado em março deste ano, o mapeamento da produção de biometano da Agência Nacional de Petróleo, Biocombustível e Gás Natural (ANP) traz o Ceará em destaque nacional. Pelo volume de produção, apenas o Estado e o Rio de Janeiro figuram no levantamento. Dos quase 90 milhões de metros cúbicos (m³) de biogás gerados desde 2020 no País, 57,5% tem origem no Ceará.
A maior participação foi observada em 2020, quando 36 milhões de m³ foram produzidos no Brasil, a participação cearense alcançou 68,6%. Já em 2021 os volumes se equilibraram e, dos 49 milhões de m³, 50,3% foram gerados no Ceará e outros 49,7% foram gerados no Rio de Janeiro.
“Acredito que o Ceará tem tudo a ver com a produção de biometano. É energia limpa, com baixo custo de exploração e que vem agregar como mais uma alternativa energética para o Estado, projetando a nível nacional pela produção desse produto”, considera Bruno Iughetti, consultor de petróleo e gás.
Ele alerta apenas para a necessidade de “uma infraestrutura capaz de extrair e distribuir esse gás” e considera “a iniciativa privada capaz operacional e economicamente para levar a frente a produção do biometano sem apoio governamental.”
A produção de biogás no Ceará teve início em 2016, com a utilização do aterro sanitário de Caucaia pela Gás Natural Fortaleza (GNR), uma empresa criada pelo Marquise Ambiental e a Ecometano para a formação de uma parceria público-privada - a única de resíduos sólidos do Estado. A planta possui capacidade de produção de 90 mil m³ de biometano por dia.