As taxas pré-fixadas praticadas nos financiamentos pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), já aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), entram em vigora partir de 2 de maio de 2022, segundo informou o Banco do Nordeste. A mudança era uma demanda do setor produtivo, que foi atendida pelo BNB e será apresentada a industriais, hoje.
O presidente interino do Banco, José Gomes da Costa, participa, junto com o chefe de gabinete, Fabrizzio Leite Feitosa, de uma reunião ordinária em Brasília para apresentação oficial da sua gestão junto aos integrantes da Associação Nordeste Forte, entidade que representa as nove federações das indústrias do Nordeste. Na ocasião, o BNB falará das ações que desenvolve atualmente e destacará algumas medidas de fomento a economia.
Conforme antecipado pelo O POVO, isso deve fazer com que os juros nas diversas linhas de crédito operadas com recursos do FNE sejam reduzidos em pelo menos 20%. Elas também valerão para contratos que já estão em vigor, e a solicitação para mudança deve ser feita até 30 de dezembro desse ano.
Para o presidente do BNB, esse é um importante benefício para a sociedade nordestina, pois as taxas pós-fixadas com indexador no IPCA geram reclamações por parte dos clientes, por conta do aumento do IPCA, que é sazonal e provocado por diversos fatores da economia nacional e mundial. "Era algo que vinha em estudo pelo Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional e Ministério da Economia. E o CMN aprovou (em março) os estudos para as novas taxas de juros do FNE ", declarou.
O chefe de gabinete reforçou que esse encontro promove uma conexão maior entre o BNB e a indústria do Nordeste, especialmente para entender os anseios e as dificuldades do setor. “A indústria foi muito impactada pela economia e muitos desses atores optaram por uma retração diante das incertezas, mas já se percebe um entusiasmo um pouco maior para expansão, modernização, ampliação de volume”, informou Feitosa.
As estimativas do BNB apontam para uma variação de 6,05% para 11,35% ao ano nas taxas de juros. As mais baixas estão destinadas às Micro e Pequenas Empresas (MPE) e Micro Empreendedor Individual (MEI) localizados no semiárido, que é o caso do Ceará. Já as maiores taxas atendem empresas de grande porte que não estão nessa região.
O superintendente de operações financeiras e mercado de capitais, Alex Araújo, reforçou que mudança na aplicação de juros vale de forma definitiva até o final da operação e que o cliente pode avaliar se é vantajoso fixar os juros para programar seus pagamentos até o final do prazo. Isso favorece o planejamento do negócio, sobretudo em um cenário de elevação da taxa referencial. “A taxa pós-fixada é um fator que complica o planejamento. Os fundos devem ficar cada vez mais atrativos, acreditamos numa grande demanda, mas ainda não temos como dimensionar”, esclarece Araújo.
Outros pontos de estímulo à economia também serão reforçados durante a agenda na Capital Federal, como descontos para renegociação de dívidas, prorrogação de prazos e crédito emergencial. As ofertas de descontos chegam até 90% para quitação de dívidas oriundas de recursos internos vencidas há mais de dois anos ou, ainda, a possibilidade de estender prazos de pagamento. E, também, redução de até 90% em dívidas do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) que tem como foco a indústria.