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Projeto cearense se expande e vai incluir dados de gestão de Estados e municípios do País
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Projeto cearense se expande e vai incluir dados de gestão de Estados e municípios do País

|CONTROLE FISCAL| Ferramenta criada em parceria entre TCE do Ceará e a Funcap deve ajudar desde atuais gestores a lidar com perdas do ICMS até novos gestores em planejamentos
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O PRESIDENTE do IRB, Edilberto Pontes, apresentou ontem o projeto Monitor Fiscal que será ampliado ao País (Foto: Divulgação/TCE)
Foto: Divulgação/TCE O PRESIDENTE do IRB, Edilberto Pontes, apresentou ontem o projeto Monitor Fiscal que será ampliado ao País

Um projeto cearense de monitoramento de finanças públicas desenvolvido em parceria entre o Tribunal de Contas do Estado (TCE Ceará) e a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) vai ser expandido para incluir dados fiscais de Estados e municípios em todo o País.

A ideia foi apresentada durante seminário promovido ontem pelo Instituto Rui Barbosa (IRB), em Fortaleza. O projeto Monitor Fiscal, implantado há pouco menos de um ano e meio no Ceará, permite averiguar as informações mais recentes sobre previdência, despesas, receitas e dívidas públicas de 184 municípios, além do governo do Estado.

Como funciona o Monitor Fiscal?

De acordo com o coordenador do Núcleo de Pesquisas (Nupesq) do TCE Ceará, Raimir Holanda, o Monitor Fiscal Nacional, a ser desenvolvido pelo IRB, permitirá aos gestores avaliar e direcionar políticas públicas com padrões modernos de governança. “O objetivo desta iniciativa é reunir dados fiscais de todas as unidades da federação, permitindo análises cross-state (entre Estados)”, definiu.

Ele acrescenta que com a ferramenta, “o gestor vai ter, em tempo real, o comportamento da receita e da despesa permitindo uma melhor previsão sobre o futuro. Ele vai poder como vai estar a situação fiscal a daqui a seis meses ou um ano, por exemplo. Isso é extremamente importante, para o planejamento de um ente público. Se tiver uma demanda de gasto, como o pedido de aumento de uma determinada classe de servidores, o gestor vai saber o real impacto e isso vai ajudá-lo na tomada de decisão”.

“Será possível comparar estados como Ceará e Pernambuco, enfim, qualquer unidade da Federação. Hoje, se você procurar esse tipo de informação cada um apresenta de um jeito e essa ferramenta permite fazer isso de forma uniforme. Quando eu falo de arrecadação ou de despesa aqui ou lá será o mesmo tipo de dado. É comparar laranja com laranja e não laranja com banana”, exemplifica, por sua vez, o presidente do IRB, Edilberto Pontes.

Do ponto de vista dos tribunais de contas, Pontes avaliou que o projeto trará uma espécie de ‘soft power’ às Cortes que farão um contraponto à visão meramente punitiva. “Isso se dará com a apresentação de análises e situações que essa ferramenta engloba sobre temas atuais e de relevância para a sociedade”, pontua.

Nesse sentido, o Cientista-Chefe da Funcap e um dos idealizadores do Monitor Fiscal, Paulo Matos, a ferramenta permitiu, no caso específico do Ceará, estudar fenômenos aparentemente contraditórios como o Estado ser o oitavo com maior solidez fiscal e o ao mesmo tempo, ser o terceiro mais desigual.

O seminário promovido do IRB contou mais cedo com a palestra o ministro e ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes. “A governança é formada por ferramentas para acompanhar a administração pública e está relacionada à mudança de cultura, de forma a fortalecer as instituições”, enfatizou.

Também falando sobre boas práticas, o presidente do TCE Ceará, Valdomiro Távora, destacou que “hoje no Tribunal, nós temos uma Secretaria de Governança”.

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