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Empresários reclamam de péssimas condições de rodovias federais no Ceará
Economia

Empresários reclamam de péssimas condições de rodovias federais no Ceará

Na avaliação dos empresários do setor de transportes, situação é "lastimável". Licitação do Dnit para tapa-buracos na BR-116 ocorre no dia 29/8 e até o fim de setembro serviços devem ser contratados
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DNIT informa que licitação para operação tapa-buracos ocorrerá na próxima segunda-feira, 29 (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS DNIT informa que licitação para operação tapa-buracos ocorrerá na próxima segunda-feira, 29

Passada a quadra chuvosa no Ceará, a situação das estradas federais chegou ao limite. Empresários do setor de transporte reclamam das más condições das rodovias federais e cobram melhorias. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit/CE) promete contratar tapa-buraco para BR-116 até setembro.

Segundo o presidente da Câmara Setorial de Logística do Ceará e diretor da Federação das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Nordeste (Fetranslog-NE), Marcelo Maranhão, o trecho mais problemático é o da BR-116, no Triângulo de Chorozinho.

O trecho é um ponto chave para a logística cearense, já que a BR-116 é o principal ponto de chegada das cargas que vêm do Sudeste e demais estados do Nordeste.

"De modo geral, as rodovias federais no Ceará estão em estado lastimável. O pior trecho é a BR-116, no Triângulo. E descendo até o Cariri temos diversos pontos de buracos, em que são feitas algumas recuperações, mas muito lentas", continua.

Marcelo ainda destaca que o trecho entre Russas e Fortaleza (trecho de aproximadamente 200 km) está tão esburacado que o tempo de percurso aumentou de 4 horas para 7 horas.

A situação nas BRs 020 e 222 foi piorada por conta da quadra invernosa. Muitos buracos foram abertos a partir da intensidade das chuvas. "Está piorando dia a dia. Temos ouvido relatos de que a situação não é satisfatória nessas três rodovias que possuem o principal tráfego".

Sobre a atuação do Dnit/CE, Marcelo reclama da falta de investimentos na melhoria dos trechos. "Infelizmente, temos tido notícias de que o Dnit não tem dotação para recuperação dessas rodovias, complicando o fluxo logístico do estado do Ceará".

Ao O POVO, o Dnit/CE informa que todas as rodovias encontram-se com contratos de manutenção ativos, "com realização de rotineira de frisagens e tapa-buracos".

Sobre a BR-116, o Departamento abriu um processo de licitação para contratação de empresa para serviços de tapa-buracos. A licitação ocorre na próxima segunda-feira, 29/8, com previsão de contratação para o fim de setembro.

Em maio passado, O POVO revelou em reportagem que, neste ano, o Ceará conta com R$ 163 milhões em orçamento para obras nas rodovias federais que cortam o Estado. De acordo com o Dnit/CE, o montante já foi liberado pelo Governo Federal e é o maior valor destinado para manutenção e construção das estradas no Estado desde o início da pandemia.

Do total de recursos, R$ 130 milhões são para a rubrica de manutenção e R$ 33 milhões para a rubrica de construção. Para os trabalhos de manutenção das rodovias, houve um aumento de quase 70% em relação ao orçamento de 2021 (R$ 77 milhões) e de mais de 100% em relação ao do ano de 2020 (R$ 63,6 milhões).

Um estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostrou que apenas 50,8% das rodovias federais e estaduais do Ceará estavam em situação regular de conservação e infraestrutura. O que gera um prejuízo anual de R$ 174 milhões para a cadeia econômica, desde aos motoristas até consumidores que são impactos pela alta de preços dos fretes.

Entre as principais pautas do Dnit/CE no Estado estão a a duplicação da BR-222, no entroncamento de Caucaia que dá acesso ao Porto de Pecém; a continuação do contrato de crema na BR-122, trecho Quixadá/Banabuiú (crema é um tipo de concreto asfáltico que é feito por cima do que já existe); a eliminação de ponto crítico na travessia urbana de Tianguá; a manutenção de pontes e viadutos nas rodovias BR-020, BR-226 e BR-404; e a sinalização viária por meio do programa “BR Legal 2”, que será licitado no segundo semestre.

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