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Brasil crescerá menos que média de principais economias mundiais, aponta estudo
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Brasil crescerá menos que média de principais economias mundiais, aponta estudo

|EM 2022 | Levantamento preliminar da CNC, ao qual O POVO teve acesso, mostra que PIB do País avançará 2%, ante 2,1% de nações desenvolvidas e 4,2% das emergentes
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INFLAÇÃO e juros caros impõem desafios à retomada econômica, que está muito atrelada ao setor de serviços (Foto: Fernanda Barros)
Foto: Fernanda Barros INFLAÇÃO e juros caros impõem desafios à retomada econômica, que está muito atrelada ao setor de serviços

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer 2% em 2022, conforme estudo preliminar apresentado a empresários pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), ao qual O POVO teve acesso.

O índice é inferior à média prevista para o crescimento dos países desenvolvidos, que é de 2,1% e também dos emergentes, estimado em 4,2%. As principais bases do levantamento são informações do Banco Central (Bacen) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que também compararam índices de inflação e os percentuais das taxas básicas de juros pelo mundo.

Voltando a falar dos índices comparativos do PIB, entre os emergentes, pelo menos, sete países devem apresentar taxa de crescimento igual ou superior ao dobro da esperada para o Brasil: Peru, Chile, Turquia, Colômbia, Argentina, Índia e China. Já entre as ditas nações desenvolvidas, duas também crescerão, pelo menos, duas vezes mais que o País: Reino Unido e França. Apesar disso, os efeitos de dois anos da pandemia e da guerra entre Rússia e Ucrânia devem ter efeito sobre as principais economias do mundo.

Os países emergentes crescerão 43,24% a menos, em média, neste ano. Já os países desenvolvidos terão uma desaceleração ainda maior, de 56,25%. Vale destacar, contudo, que crescer menos não significa ter redução no PIB. Entre as nações pesquisadas no estudo da CNC, apenas o Japão deve ter queda em seu Produto Interno Bruto, da ordem de 8,5%.

Com relação às taxas de inflação, apenas três países devem ter índices superiores aos registrados em 2021: Rússia (que verá a inflação saltar de 15,9% para 24%), Colômbia e novamente a Arábia Saudita. Outros países terão índices menores que os do ano passado, mas ainda em patamares elevados em relação ao pré-pandemia.

Nesse sentido, com o processo de retomada econômica, que vem elevando a pressão inflacionária em vários países do mundo, desde o ano passado muitos bancos centrais têm elevado suas taxas básicas de juro. O próprio Brasil teve um salto de 11,75 pontos percentuais na Selic em um intervalo de 17 meses e 12 altas consecutivas.

A média das taxas de juros em países desenvolvidos deve avançar de 0,2% em 2021 para 1,7%. Já os emergentes verão suas taxas de juros aumentarem de 6,3% para 10,4%, em média. “Houve um aperto monetário significativo, especialmente nos Estados Unidos e na Europa”, destaca a CNC, em apresentação ao qual O POVO teve acesso.

De acordo com o economista Ricardo Eleutério, “no caso dos países emergentes, via de regra, os índices inflacionários e as taxas de juros são mais altos por problemas estruturais. Essas elevações são remédios amargos para conter a inflação, mas como eles já tinham juros elevados, eles precisaram subir menos essas taxas, agora”.

Sobre o PIB no Brasil, ele lembra que o País vive um problema crônico. “Tivemos médias anuais de 7% de crescimento entre 1940 e 1980, mas, desde então, esses índices não conseguem se sustentar. Nas décadas de 1980 e 1990 ficaram em torno de 2,5% ao ano e na década de 2000 subiu para 4% ao ano”, lembra o economista.

“Contudo, de 2014 para 2021, o PIB caiu 2,3%. Ou seja, mesmo que a economia cresça 2% em 2022, ainda teremos um Produto Interno Bruto inferior ao registrado há oito anos”, conclui.

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