O ex-secretário do Tesouro Nacional e economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, afirmou ontem em evento em Fortaleza que quem quer que seja o presidente eleito em outubro precisará assumir compromisso com as reformas tributária e administrativa, além de manter políticas de responsabilidade fiscal e firmar compromisso com a proteção do meio-ambiente.
Apesar do desempenho da economia brasileira ter sido acima do esperado em 2022, com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) podendo chegar próximo aos 3%, na avaliação do economista, para 2023, o cenário é mais complexo e a previsão é de crescimento menor, principalmente por conta do risco de recessão em países da Europa e nos Estados Unidos.
“Quem quer que seja o próximo governante, é importante dar pelo menos três sinais: o primeiro é um sinal de responsabilidade fiscal, ou seja, que o Brasil vai continuar fazendo um ajuste fiscal pra controlar a dívida, de forma permanente. O segundo é ter um o compromisso com a questão ambiental e o terceiro compromisso com a agenda de reformas, dentre as quais as mais importantes são a tributária e a administrativa”, destacou Mansueto, em evento promovido pela Acqua Vero Investimentos.
Sobre declarações dos dois candidatos à Presidência da República mais bem pontuados nas pesquisas de intenção de voto quanto à possibilidade de alterar as normas do teto de gastos, Mansueto, disse que “o debate é legítimo. Agora, o que é importante é ter uma regra fiscal porque a gente tem um ajuste para ser feito e é importante que o próximo governo mostre de que forma vai conseguir melhorar as conta de tal forma que a dívida pública pare de crescer”.
Dívida
Mansueto também destacou os esforços do Governo para controlar a dívida pública apesar do cenário adverso da pandemia. Para esse ano, a previsão é de que a dívida pública fique em 76,5% do PIB, patamar próximo ao de 2019