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Ceará tem a quarta maior taxa de famílias inadimplentes do País
Economia

Ceará tem a quarta maior taxa de famílias inadimplentes do País

|Endividamento| Pesquisa da CNC mostra que proporção de famílias com contas em atraso no Estado chega a 41,9%. No Brasil, o indicador ficou em 30,3% em outubro, a maior taxa anual em seis anos
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INADIMPLÊNCIA no Brasil cresce pelo quarto mês consecutivo (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves INADIMPLÊNCIA no Brasil cresce pelo quarto mês consecutivo

O volume de famílias com contas em atraso no Ceará fechou o mês de outubro em 41,9%. É a quarta maior proporção de inadimplentes do País. É o que mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada ontem pela Confederação Nacional do Comércio (CNC).

No Brasil, o indicador ficou em 30,3% em outubro, a maior taxa anual em seis anos. Alta de 0,3 ponto percentual em relação a setembro, e de 4,6 pontos em relação a outubro do ano passado. Foi o quarto mês consecutivo de piora deste cenário.

De acordo com o levantamento, a proporção de inadimplentes no Ceará só não é maior do que aquela encontrada na Bahia (43,7%), Rio Grande do Norte (42,4%) e Minas Gerais (42,2%).

Ainda assim, o cenário já foi bem pior. Em outubro do ano passado, por exemplo, os consumidores cearenses foram os que apresentaram as maiores dificuldades para quitação de dívidas no País, quando a proporção de inadimplentes no Estado chegou a 46,2%.

Já o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer chegou a 73% no Ceará. No País, essa taxa caiu 0,1 ponto percentual em outubro, após três altas consecutivas, alcançando 79,2% do total de famílias.

A pesquisa considera como dívidas as contas a vencer nas modalidades cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa.

Endividamento entre os mais pobres tem leve recuo

De acordo com o levantamento, na passagem de setembro para outubro, a proporção de famílias brasileiras endividadas com renda mensal até 10 salários mínimos teve ligeiro recuo de 80,3% para 80,2%.

Entre as famílias mais ricas, que recebem mais de 10 salários mínimos mensais, a fatia de endividados diminuiu de 75,9% para 75,4%.

Segundo a CNC, a melhora no mercado de trabalho, a desaceleração da inflação e as políticas de transferência de renda explicam o leve arrefecimento do endividamento. Por outro lado, o endividamento em patamar elevado e os juros altos dificultam o pagamento das contas e pioram o quadro de inadimplência.

A economista Izis Ferreira, responsável pela pesquisa da CNC, pondera que a proporção de famílias com dívidas atrasadas por mais de 90 dias tem diminuído desde abril, totalizando 41,9% dos inadimplentes nessa situação em outubro, a menor proporção desde dezembro de 2021.

"Os consumidores têm buscado renegociar as dívidas sem pagamento há mais tempo", avaliou Izis Ferreira, em nota oficial.

A proporção de famílias que afirmam não ter condições de pagar as contas em atraso - ou seja, que permanecerão inadimplentes - diminuiu de 10,7% em setembro para 10,6% em outubro.

Cartão de crédito é o principal meio de endividamento

No período de um ano, aumentou a proporção de famílias com dívidas no cartão de crédito (de 84,9% dos endividados em outubro de 2021 para 86,2% em outubro de 2022) e no cheque especial (de 4,9% para 5,1%).

"Caracterizados pela facilidade no acesso e alta relação com as necessidades de consumo de curto prazo, os dois tipos de dívida foram os mais buscados pelos consumidores que tiveram o poder de compra afetado pela alta da inflação no período", justificou a economista Izis Ferreira.

Já a proporção de endividados no crédito consignado diminuiu de 7% em outubro de 2021 para 5% em outubro de 2022, de acordo com a CNC. Izis Ferreira prevê novo avanço em breve nessa modalidade, em razão da contratação desse tipo de crédito pelos beneficiários do Auxílio Brasil. (com Agência Estado)

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