Na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) o preço da gasolina já mostra sinais de redução. Desde o início desta semana, dois postos de combustíveis na BR-222, em Caucaia, próximo do 4º anel rodoviário, estão cobrando R$ 4,97 pelo litro da gasolina.
Na primeira semana de 2023, a gasolina no Ceará aumentou 12,04% e chegou a ser a mais cara do País.
Em um dos postos da BR-222, O POVO apurou que na semana passada o valor estava R$ 5,49, mas esta semana, voltou ao patamar utilizado no fim de 2022. E, seguindo a tendência, outros postos da mesma região também estão praticando o valor abaixo de R$ 5.
Já em Fortaleza, o consumidor ainda não sente no bolso a queda dos valores da gasolina nos postos. Em ronda pela cidade, o valor mais baixo que a reportagem do O POVO encontrou foi na Rua Padre Valdevino, onde o litro é R$ 5,39. Em outras localidades da Capital, a gasolina chegou a ser encontrada por R$ 5,79.
Em todos os locais pesquisados em Fortaleza, o preço da gasolina para pagamentos em pix, débito e dinheiro é de R$ 5,59. Este valor, na semana passada, foi considerado abusivo pelo Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon), do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), que realizou fiscalizações em postos de combustível e autuou irregularidades nos estabelecimentos.
Questionado sobre os próximos passos da fiscalização, o Decon, por meio da sua assessoria de imprensa, afirmou que mais fiscalizações serão feitas “à medida que novas denúncias chegarem”.
“A equipe de fiscalização irá analisar, caso a caso, para, em seguida, realizar o procedimento de vistoria in loco, solicitando as documentações pertinentes ao caso (notas de compra de combustíveis e cupons fiscais de venda).”
Sobre os seis estabelecimentos autuados, o MPCE informou que estes têm o prazo de 20 dias para apresentarem suas defesas. Caso os postos não consigam demonstrar a justificativa do aumento abusivo, tais estabelecimentos serão multados.
“O valor da multa vai depender da gravidade da infração, do tamanho da empresa, se a mesma é reincidente, entre outros aspectos.” O órgão da Justiça destaca que o próximo passo é continuar verificando o aumento abusivo em outros municípios do Estado, fora da Região Metropolitana de Fortaleza.
Um proprietário de um posto de combustíveis em Fortaleza, que pediu para não ser identificado, relatou a pressão que a categoria está passando por conta do preço da gasolina. Ele afirmou que todos os dias as distribuidoras repassam a lista de valores dos combustíveis e que estes têm aumentado sistematicamente.
“Quem não é dono de uma grande rede e não tem capital de giro para investir no seu negócio está sofrendo muito. A gente compra a gasolina à vista e se não trabalha com o preço futuro, quando secar o tanque não terá dinheiro para comprar combustível para revender. As pessoas acham que ganhamos muito, mas a nossa margem é muito pequena, muito menor do que os R$ 0,50 que subiram nos últimos dias.”
O homem explica, ainda, que muitas vezes o valor do barril baixa, mas são os componentes e aditivos que mexem no valor no preço final, cobrado na bomba.
“O consumidor, não quer saber se o posto está com tudo certo, com os controles de qualidade em dia e se não está lhe roubando, misturando mais álcool que faz o combustível evaporar mais, ou ainda se pega 50ml por abastecida, mexendo na bomba. Ele só quer ver o preço e esse não tem como segurar e ficar trabalhando no vermelho.”
A reportagem tentou contato com o Sindipostos mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.