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Com principal fábrica no Ceará, Vulcabras projeta expansão similar a recorde de 2022 neste ano
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Com principal fábrica no Ceará, Vulcabras projeta expansão similar a recorde de 2022 neste ano

| Tecnologia | Unidade é a mais moderna da companhia e atende todo mercado brasileiro e Exterior com os tênis feitos em Horizonte
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Fábrica da Vulcabras  empresa diz ter 100% dos resíduos aproveitados e toda a energia consumida renovável (Foto: Arquivo Vulcabras/Divulgação)
Foto: Arquivo Vulcabras/Divulgação Fábrica da Vulcabras empresa diz ter 100% dos resíduos aproveitados e toda a energia consumida renovável

Responsável pelo emprego de 11 mil pessoas em uma fábrica capaz de produzir até 60 mil pares de tênis por mês em Horizonte, a Vulcabras tem no Ceará a mais moderna indústria da empresa e projeta, a partir principalmente da atividade local, uma expansão em 2023 similar a de 2022, quando a empresa atingiu o crescimento recorde superior a 30%.

A estimativa foi dada pelo CEO da companhia, Pedro Bartelle, em entrevista exclusiva ao O POVO. No Ceará para o lançamento da nova coleção Corre da Olympikus - linha de alta performance que elevou os números de premiações e vendas da empresa em 2022 -, o executivo destacou a unidade estadual como capaz de produzir "qualquer tecnologia existente para calçados do mundo."

Hoje, a Vulcabras fabrica em Horizonte os tênis mais modernos da marca própria Olympikus e também das parcerias internacionais Mizuno (Japão) e Under Armour (Estados Unidos). Para tal, ele contabiliza um investimento da ordem de R$ 500 milhões em cinco anos no desenvolvimento da indústria e melhoria de processos.

"A Vulcabras produz tudo que quer. Não tem limitação de nada. Só não produz ainda o produto que não inventou. Não tem mais nenhum limite tecnológico para produzir e isso está aqui no Nordeste e pouca gente sabe", ressaltou.

O centro de desenvolvimento da companhia é em Parobé (Rio Grande do Sul) e as fábricas na Bahia, onde são produzidas as linhas de chinelos e calçados de proteção, e Ceará, na qual os tênis estão concentrados. O calçado, segundo Bartelle, é o motivo de toda a inovação do setor e tem no município cearense o principal polo de produção.

Diferencial logístico do Ceará

É do Ceará que a Vulcabras atende todo o mercado brasileiro - responsável por consumir 90% da produção - e ainda América do Sul e parte da América Central. O modelo logístico elaborado pela empresa é considerado o principal diferencial na competição com as marcas internacionais, segundo o CEO.

"As marcas internacionais no mundo funcionam assim: a cada seis meses fazem uma pré-venda. Então, o cliente varejista compra para seis meses no showroom. A Lei de Murphy atua aí fortemente, é normal, e o produto que vende muito não vai ter a reposição e o produto que vende pouco vai ter a liquidação. Nós evitamos isso."

O processo da Vulcabras opera diferente, com oferta aos clientes - grandes varejistas especialmente - a cada três meses. Assim, conseguem abastecer o mercado e dar fôlego ao produto com lançamento de novas cores a cada temporada, além de oferecer a possibilidade de o comprador escolher o modelo e até os tamanhos em múltiplos de 12 pares.

"Isso demonstra que a fábrica aqui, no Ceará, é uma fábrica que compete a nível mundial com qualquer outra fábrica", reforçou, acrescentando que o atendimento para o mercado nacional é via rodovia enquanto os clientes estrangeiros têm o envio feito por navio, saindo pelo Porto do Pecém.

A estratégia ajuda a empresa a enfrentar a agressiva indústria asiática, principal polo produtor de calçados do mundo e de onde partem os tênis das principais marcas internacionais. Segundo Bartelle, a indústria de calçados brasileira é uma das poucas a sobreviver a essa competição - uma vez que Estados Unidos e Europa deixaram de produzir em larga escala - e está "abraçada contra as investidas asiáticas".

Perguntado sobre como é possível dotar a companhia de mais competitividade, ele, que também é diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados, responde falando da indústria em geral: "As regras atuais nos deixam competitivos, mas não igualitários. Ainda existem muitos benefícios e custos asiáticos que nós não temos aqui. Más é nítido que o erro não está aqui, está lá. Por isso existem tarifas de exportação, por isso, o governo deveria prestar muita atenção em tornar essa indústria competitiva porque, se existir qualquer tipo de acordo, de livre comércio, com países asiáticos, a indústria calçadista estaria em risco."

Já sobre as possibilidades tributárias que surgem a partir da reforma tributária em debate e como isso pode interferir nas isenções fiscais dadas ao setor, o CEO da Vulcabras considera que "do jeito que está, está bem" e, "se não mexerem em nada, a indústria continua, o empresário vai continuar investindo e a gente tem perspectiva boa de crescimento."

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