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Indústria tem queda de 6,28% e freia crescimento da economia em 2022
Economia

Indústria tem queda de 6,28% e freia crescimento da economia em 2022

|NO CEARÁ| PIB estadual sobe 0,96% no ano passado, cerca de um terço da média nacional. Projeção para 2023 cai de 2,19% para 1,33%, após desaceleração no 4º trimestre
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Setores têxtil e de confecções vêm 
registrando quedas expressivas nos últimos trimestres (Foto: Júlio Caesar/O POVO)
Foto: Júlio Caesar/O POVO Setores têxtil e de confecções vêm registrando quedas expressivas nos últimos trimestres

O Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará teve crescimento de 0,96% em 2022, conforme dados apresentados ontem, pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

A média ficou abaixo da nacional que foi de 2,9%. O resultado tímido no âmbito estadual foi fortemente influenciado pelo desempenho da indústria, que teve queda de 6,28% no ano passado, ante uma alta de 1,6% do setor no País.

Por outro lado, a agropecuária puxou a economia cearense para cima, crescendo 7,7% no Estado, ante uma queda de 1,7% em âmbito nacional. O setor de serviços também apresentou crescimento, de 1,92%, inferior à média brasileira (4,2%).

Também ontem, o Ipece divulgou as previsões revisadas para o PIB do Ceará e do Brasil em 2023. No caso cearense, a revisão foi para baixo e passou de 2,19%, em estimativa feita em dezembro de 2022, para os atuais 1,33%. Na esfera nacional, a previsão sofreu leve revisão para cima, passando de 0,75% para 0,85%, com base no boletim Focus do Banco Central.

Apesar de as perspectivas para a economia cearense para este ano permanecerem acima das projeções para o País, o cenário é de desaceleração. Nesse sentido, conforme os analistas do Ipece, a redução na projeção de crescimento para o Ceará em 2023, é muito influenciada pela queda do PIB estadual no 4° trimestre do ano passado, de 0,7%, na comparação com período equivalente de 2021, e de 1,68% na comparação com o 3° trimestre de 2022.

Voltando a falar dos resultados de 2022, o analista do instituto para indústria, Witalo Paiva, destacou que duas das quatro macro-atividades do setor apresentaram quedas expressivas: o de eletricidade, água e gás, que caiu 19,16%, e a indústria de transformação, que teve recuo de 6,35% no ano passado. Por outro lado, a construção civil e a atividade extrativa mineral tiveram altas de, respectivamente, 5,11% e 2,88%.

“No longo prazo, a nossa indústria já não vem crescendo, ou seja, a gente tem anos de queda ou de baixo crescimento. A gente não conseguiu ter um crescimento sustentável desse setor nos últimos anos. Na indústria do Ceará, especificamente, o ano de 2022 foi de uma conjuntura bem adversa”, enfatizou Paiva.

Ele listou como exemplos de contextos externos e internos a influenciar negativamente o desempenho industrial cearense em 2022, a guerra entre Rússia e Ucrânia e o contexto energético que desfavoreceu as termelétricas do Estado.

“Como a fonte térmica quase não foi acionada, após a superação da crise hídrica de 2021, isso afetou o Ceará. No caso da guerra, o impacto foi sobre a indústria alimentícia, que é muito baseada no trigo importado daqueles dois países”, citou.

A produção de itens alimentícios industrializados teve uma queda de 7,5% no ano passado, mas dentro do âmbito da indústria de transformação, a maior queda foi no setor de confecção de artigos de vestuário e acessórios: 32,8%.

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