A maior parte dos cearenses enfrentou dificuldades para fechar as contas em 2022. Em meio à inflação alta, 61% admitem que viveram a realidade em que a renda familiar não é suficiente e que às vezes falta. Apenas 4% dizem que a renda foi suficiente.
Para driblar a inflação, a alternativa para esses consumidores não pode ser outra: 96% dos cearenses diminuíram a compra de alguns produtos ou serviços. O principal item cortado da lista de compras foram as carnes (85%).
Os dados fazem parte de levantamento feito pela VR, em parceria com o Instituto Locomotiva. Priscila Abondanza, diretora executiva de Experiência do Cliente da VR, explica que o cenário é desafiador.
"O aumento dos preços influencia a decisão de consumo, dificulta a retomada do poder de compra do consumidor e o seu sustento. O contexto atual chama a atenção para a alimentação", afirma.
A pesquisa ainda mostra que alguns hábitos como alimentação fora de casa (59%) e viagens (52%) também foram itens cortados da rotina pela maioria dos entrevistados cearenses.
Mesmo com os cortes e a privação, a maioria dos cearenses ainda não conseguiu colocar as finanças no patamar ideal. O levantamento aponta que 57% afirmam que estão com algum nível de dificuldade para controlar o orçamento.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de inflação de 2022 encerrou em alta de 5,8%. O economista Ricardo Coimbra, membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), avalia que a renda das famílias foi muito penalizada pela carestia nos últimos anos.
Ricardo destaca que, enquanto o custo de vida subia, o nível salarial e de renda das famílias não acompanhava o mesmo ritmo.
Em função dessa necessidade de cortes dos custos, é observada essa queda do consumo da carne, o que acaba deteriorando "a capacidade nutritiva para evitar o comprometimento maior da renda", afirma.
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Outro ponto observado por Ricardo é a dificuldade que os cearenses admitiram ter para gerir suas finanças. A baixa educação financeira pesa, mas a queda do nível de renda também é um fator preocupante.
"(Neste cenário) Temos um pouco das duas coisas. Falta educação financeira para o entendimento da capacidade de controle e gestão financeira. E também temos o aumento dos preços acima da renda das famílias, aumentando o nível de comprometimento da renda e diminuindo o poder de consumo. Ou seja, as pessoas não têm dinheiro, o salário acaba, mas o mês ainda não", explica.
O economista ainda destaca que, com a renda das famílias deprimida, o setor de serviços é amplamente impactado, diminuindo o movimento nos restaurantes e cidades turísticas, por exemplo.
Inflação obrigou 96% dos cearenses a reduzir compras
A maior parte dos cearenses enfrentou dificuldades para fechar as contas em 2022. Em meio à inflação alta, 61% admitem que viveram a realidade em que a renda familiar não é suficiente e que, às vezes, falta. Apenas 4% dizem que a renda foi suficiente. Para driblar a inflação, a alternativa para esses consumidores parece não ser outra e 96% dos cearenses diminuíram a compra de alguns produtos ou serviços. O principal item cortado da lista de compras foi a carne (85%).
Os dados fazem parte de levantamento feito pela VR, em parceria com o Instituto Locomotiva. Priscila Abondanza, diretora executiva de Experiência do Cliente da VR, explica que o cenário é desafiador. "O aumento dos preços influencia a decisão de consumo, dificulta a retomada do poder de compra do consumidor e o seu sustento. O contexto atual chama a atenção para a alimentação", afirma.
A pesquisa ainda mostra que alguns hábitos como alimentação fora de casa (59%) e viagens (52%) também foram reduzidos da rotina pela maioria dos entrevistados cearenses. Mesmo com os cortes e a privação, a maioria dos cearenses ainda não conseguiu colocar as finanças no patamar ideal. O levantamento aponta que 57% afirmam que estão com algum nível de dificuldade para controlar o orçamento.
Todo esse cenário vem, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o índice de inflação de 2022 encerrado em alta de 5,8%. O economista Ricardo Coimbra, membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), avalia que justamente a renda das famílias foi muito penalizada pela carestia nos últimos anos.
Ricardo destaca que, enquanto o custo de vida subia, o nível salarial e de renda das famílias não acompanhava o mesmo ritmo. Em função dessa necessidade de cortes dos custos, é observada essa queda do consumo da carne, o que acaba deteriorando "a capacidade nutritiva para evitar o comprometimento maior da renda", afirma.
Outro ponto observado por Ricardo é a dificuldade que os cearenses admitiram ter para gerir suas finanças. A baixa educação financeira pesa, mas a queda do nível de renda também é um fator preocupante. "(Neste cenário) Temos um pouco das duas coisas. Falta educação financeira para o entendimento da capacidade de controle e gestão financeira. E também temos o aumento dos preços acima da renda das famílias, aumentando o nível de comprometimento da renda e diminuindo o poder de consumo. Ou seja, as pessoas não têm dinheiro, o salário acaba, mas o mês ainda não", explica. O economista ainda destaca que, com a renda das famílias deprimida, o setor de serviços é amplamente impactado, diminuindo o movimento nos restaurantes e cidades turísticas, por exemplo.
O PESO DA INFLAÇÃO SOBRE O TRABALHADOR