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Ceará precisa capacitar 80 mil profissionais em energia, aponta Fiec
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Ceará precisa capacitar 80 mil profissionais em energia, aponta Fiec

| Em 4 anos | A ampliação da geração de energia renovável e o início da produção de H2V impulsiona geração de vagas
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CONSTRUTORES se reuniram na Fiec para ouvir Ricardo Cavalcante (Foto: Divulgação/Fiec)
Foto: Divulgação/Fiec CONSTRUTORES se reuniram na Fiec para ouvir Ricardo Cavalcante

Um contingente de 80 mil profissionais capacitados será exigido no Ceará para o setor de energia nos próximos quatro anos a partir da expansão da geração de eólica e solar e da produção de hidrogênio verde, segundo indica Ricardo Cavalcante, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

"Nós vamos ter que qualificar gente para equipamentos que estão sendo criados agora. E essa é uma guerra de quem chegar primeiro vai quebrar o outro. É o desafio da gente que é da indústria. Temos que estar olhando. Esse trabalho, essas mudanças tecnológicas não têm volta", alertou em evento com construtores na Fiec, ontem, 16.

O industrial é um dos responsáveis pela formação do projeto do hub de hidrogênio verde do Pecém e apresentou, na tarde de ontem, as oportunidades do setor de energia para o setor da construção. De acordo com ele, é o início de uma agenda que deve ser cumprida com todos os 40 sindicatos filiados à Federação.

Cavalcante contou que esteve nos Estados Unidos, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) e na universidade de Havard, onde os pesquisadores disseram já ter as informações sobre o investimento no Brasil, com as quais já desenvolvem estudos.

"Isso me deixa preocupado. Porque eles vão fazer isso com ou sem a gente, mas tem que ser com a gente porque temos capacidade para fazer isso."

Para atenuar o impacto e reduzir a possibilidade de importação de mão de obra de outros estados ou até estrangeira, ele contou que a Fiec está fechando parceria com a GIZ, agência de desenvolvimento do governo alemão, e com as quatro maiores empresas do setor em instalação no Ceará para um centro de qualificação no Serviço Nacional da Indústria (Senai).

Além disso, Cavalcante revelou que os esforços seguem desde as escolas de ensino fundamental e médio sob a responsabilidade do Serviço Social da Indústria (Sesi), nas quais novas metodologias são implantadas para envolver os alunos nos setores de melhores condições de emprego.

"Nosso pessoal está ligado diuturnamente nisso porque nós temos um problema bom aqui. As empresas que estão chegando são de ponta, de primeira linha, e precisam de pessoas que pensam de uma forma de diferente", ressaltou.

Sem iniciativas como estas, aliadas aos esforços dos setores produtivos, o presidente da Fiec diz que a tendência é que mais setores tradicionais, como construção, calçados e têxtil, percam profissionais para a área de energia, pois, além de mais oportunidades, os salários devem ser maiores também.

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Pessoal capacitado e tecnologia são maiores preocupações

Capacitar mão de obra e investir em tecnologia capaz de atender a demanda do setor de energia nos próximos anos são as principais preocupações do setor da construção no Ceará, depois do cenário apresentado pelo presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante.

Patriolino Dias de Sousa, presidente do Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-CE), e Dinalvo Diniz, presidente do Sindicato da Indústria e da Construção Pesada do Ceará (Sincope), sinalizaram atenção a isso a partir de um trabalho de apoio aos associados.

"São R$ 150 bilhões em quatro anos. Metade disso aqui, pessoal, é obra. Vocês têm equipamento hoje? Vocês têm gente para fazer isso? E não é uma empresa, são cinco empresas, contando com a ArcelorMittal", destacou Cavalcante.

O presidente da Fiec se refere aos recursos aplicados pelas quatro empresas cujo investimento em hidrogênio verde no Pecém é mais promissor.

Na fala aos construtores, ele contou que "o governo do Estado investe R$ 1 bilhão por ano em obras públicas", mas, "a partir de setembro, nós vamos ter US$ 1 bilhão para cada empresa dessa".

"As empresas vão ter que se reinventar, prospectar, treinar e transformar gente para suprir essas profissões porque a coisa está colocada de maneira irreversível", atesta Diniz.

Já Patriolino considera que o novo momento do setor de energia deve gerar um incremento em habitação em todo o Estado, seja na construção de novas unidades como no "upgrade das residências.

Ele aponta ainda que é possível a inserção das construtoras como investidores. "A gente tem pequenas, médias e grandes construtoras e muitas delas conseguem pensar o mercado como um todo. Se achar uma oportunidade, vai investir. Por que não fazer um consórcio de empresas para empreender?"

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