A Crusoe Foods Brasil, controladora da marca Robinson Crusoé no País, projeta produzir 7.500 toneladas de farinha de peixe em São Gonçalo do Amarante (a 62,5 Km de Fortaleza), a partir de 2024. O produto é utilizado, principalmente como ração animal ou suplemento alimentar para animais.
Com estimativa de oito meses, segundo o CEO Manoel Ramon Gonzalez, a construção de uma nova fábrica depende da finalização da fase de definição do projeto e de concessões de licenças ambientais, entre outras autorizações do Estado e do município, para ser iniciada.
“O terreno é colado ao da nossa outra fábrica e tem 65 mil m². Não temos como estimar ainda quando a obra vai começar porque dependeremos da finalização do projeto e da obtenção dessas licenças, mas quando essa regularização toda estiver concluída, não levaremos mais de oito meses para construir a fábrica de peixe”, explicou Gonzalez, em entrevista exclusiva ao O POVO.
A expansão deve gerar mais 50 empregos diretos. O grupo já emprega, atualmente, cerca de 700 profissionais em sua fábrica de pescados em conserva, sendo cerca de 60% composto por mulheres.
A área total da fábrica, que já está em operação em São Gonçalo do Amarante, é de 47 mil m². No ano passado, foram produzidas nada menos que 100 milhões de latas. Para o quadriênio 2022-2025, a expectativa é investir R$ 100 milhões no Ceará. Já o faturamento líquido superou os R$ 290 milhões no ano passado.
Tais números qualificam a empresa como líder de mercado no Nordeste e a terceira maior do País, abastecendo, por exemplo, 11% da demanda nacional por atum. Ele descartou, contudo, novos projetos em outros estados para o curto e médio prazo.
“A Crusoe, em pouco tempo no Brasil, conseguiu chegar à terceira colocação no Brasil. Nós queremos consolidar essa posição e uma das chaves para isso é atualizar a tecnologia da nossa indústria, como nós temos feito em outros países como Uruguai e Chile”, destacou Gonzalez.
A Robinson Crusoé também tem investido no conceito de indústria 4.0, ou seja, na modernização e inovação em produtos e técnicas de produção. Até o ano passado, por exemplo, foram investidos R$ 57 milhões em iniciativas do tipo.
“Esse processo se torna menos complexo na medida em que já estamos fazendo isso antes mesmo da criação desse termo e nesse sentido a fábrica de farinha de peixe será estratégica”, exaltou o CEO da empresa. “Nós investimentos também de R$ 30 a R$ 40 milhões em maquinário”, acrescentou.
Gonzalez destacou também os projetos sociais, encampados ou apoiados pela Robinson Crusoe, tais como escolas de surfe na Taíba (em São Gonçalo do Amarante) e em Jijoca de Jericoacoara, além da capacitação de pescadores de atum.
Com base na compra do pescado local, que envolve cerca de 120 barcos, a empresa lançou uma nova linha de produtos, que inclui o filé e a ventrecha de atum do tipo Yellowfin.
Já do peixe pescado em outros países em que o grupo atua, tais como o Chile, a empresa também trabalha com o filé de salmão em conserva. A Robinson Crusoé, além de abastecer mercados como o da região Sudeste (com filiais em São Paulo e Espírito Santo), exporta para outros países do continente americano, incluindo os Estados Unidos, e mira agora outros mercados, tais como a União Europeia.