O Complexo Industrial e Portuário do Pecém vai receber um aporte de US$ 35 milhões dos Fundos de Investimento Climáticos (Climate Investment Funds - CIFs) para projetos de energia renováveis em desenvolvimento no Ceará.
O montante representa metade do que o fundo internacional vai investir no Brasil (US$ 70 milhões).
A expectativa é que o investimento previsto no Programa de Integração de Energia Renovável (Renewable Energy Integration - REI - Program) consiga mobilizar ainda US$ 9,1 bilhões de parceiros, incluindo investimentos privados, para ser implementado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e pelo Grupo Banco Mundial.
A iniciativa visa dobrar a capacidade nacional de produzir energias renováveis, reduzir em 57 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), um dos gases que mais têm contribuído com o aquecimento global e as mudanças climáticas.
A escolha do Complexo do Pecém tem relação com a ideia de acelerar a produção do hidrogênio verde (H2V) em larga escala, tendo em vista o potencial do Ceará e a parceria já firmada com Roterdã, nos Países Baixos, para exportar o insumo para o mercado europeu.
O Ceará tem o maior número de projetos previstos para produção de H2V no Brasil, com 31 memorandos de entendimento assinados com empresas nacionais e internacionais, que juntos somam uma intenção de investimentos da ordem de US$ 30 bilhões, incluindo três pré-contratos, com previsão de investimento de US$ 8 bilhões.
Como fundos multilaterais, os CIFs contam com a participação do Brasil em seu conselho administrativo. Os investimentos aprovados na última reunião contaram com o lobby dos ministérios da Fazenda e de Minas e Energia.
Nesse sentido, o titular do MME, Alexandre Silveira, destacou que "com financiamento do CIF, certamente iremos acelerar a transformação necessária neste momento, disponibilizando energia limpa, além de emprego e renda, para as gerações presentes e futuras.".
O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), lembrou que "os desafios para avançar nesta produção estão na regulamentação, no crédito e em um tratamento diferenciado na reforma tributária, que precisa entender que o tema é estratégico".
Já o presidente do CIPP, Hugo Figueirêdo, disse que o financiamento "será fundamental para impulsionar as ações previstas para melhorar a infraestrutura do Complexo do Pecém para receber o hub de hidrogênio verde".
O Complexo do Pecém deve investir R$ 2,2 bilhões em infraestrutura para que o terminal possa abrigar os projetos do hub de hidrogênio. (Com agências)