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Elmano cobra celeridade do governo Lula para regulação do hidrogênio verde
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Elmano cobra celeridade do governo Lula para regulação do hidrogênio verde

| Discussão | Intenção é de que investimentos não sejam perdidos; No final da semana, presidente anuncia investimentos do PAC no Estado que tem ligação com a produção de h2v
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DURANTE encontro com empresários, Elmano falou sobre os pleitos cearenses junto ao Governo Federal (Foto: João Filho Tavares)
Foto: João Filho Tavares DURANTE encontro com empresários, Elmano falou sobre os pleitos cearenses junto ao Governo Federal

O governador Elmano de Freitas deve aproveitar o encontro com o presidente Lula, na próxima sexta-feira, 11, para reforçar as tratativas de aceleração da regulamentação de produção do hidrogênio verde (h2v).

A informação foi dada ontem no almoço do Grupo de Líderes Empresariais do Ceará (Lide Ceará). Na ação,  o executivo estadual apresentou o balanço dos sete meses de seu governo e perspectivas.

"Vamos reforçar o que já estamos tratando com o governo federal. Já tratei com o presidente Lula, com o ministro Rui Costa (Chefe da Casa Civil) e com o Ministro Alexandre Silveira (de Minas e Energia). Tanto o Ceará como o Nordeste solicitam que a questão da energia renovável seja absolutamente prioritária para o País, isso implica regulamentação de dois temas cruciais, regulamentação de hidrogênio verde e regulamentação de energia eólica offshore."

Ele destaca que como o Estado já possui empresas iniciando seus investimentos, foi solicitado e acatado pelo senador Cid Gomes (PDT-CE), que preside a comissão na casa legislativa, "que imediatamente, até o final deste ano, tenhamos a regulamentação do hidrogênio verde e, em paralelo vai se fazendo a discussão da regulamentação da energia eólica offshore, para que, no começo do ano (2024), a gente tenha as duas regulamentadas o que nos permitirá o investimento que pode chegar a mais de R$ 100 bilhões".

A primeira estimativa do senador Cid Gomes, dita em uma audiência pública da Comissão Especial do Hidrogênio verde no Senado, no final de junho, aqui no Ceará, era de se ter a regulamentação no final do primeiro semestre do ano que vem. Porém, empresas investidoras estão fazendo pressão por mais celeridade na regulamentação.

Esse é o caso da Fortescue, empresa australiana que foi a primeira a assinar um memorando de entendimento com o governo cearense e é responsável pelo maior projeto já anunciado para o hub de H2V do Ceará, com valor de R$ 20 milhões.

A multinacional, que também tem projetos semelhantes, além do Brasil, na Noruega, África, Austrália e Estados Unidos, aponta a estratégia do último país como a melhor no âmbito internacional.

Para se ter uma ideia, o país aplicou US$ 360 bilhões no esforço de tornar o hidrogênio verde como um dos principais insumos do parque industrial norte-americano, substituindo combustíveis poluentes, e saltou na frente na corrida mundial do H2V.

"O hidrogênio verde é uma alteração econômica muito importante para o nosso Estado, porque com base nessa alteração de energia, nós passamos também a atrair investidores com plantas industriais", comenta Elmano, ressaltando a capacidade que ele considera boa de exportação do Porto do Pecém.

Elmano ainda afirma que já estão garantidos R$ 100 milhões de investimento para a ampliação do Pecém, e que um financiamento está para ser aprovado em setembro na ordem de R$ 500 milhões.

"Esse valor será usado na ampliação do Porto do Pecém para ampliá-lo e torná-lo capaz de exportar os grãos que virão com a Transnordestina, exportar o minério de ferro e de fazer que esse produto da produção do hidrogênio verde, que é o fertilizante, possa ir para a região produtora de grãos, dobrando a movimentação de cargas." 

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O Ceará será contemplado com pelo menos duas obras estruturantes no novo PAC: a duplicação da BR-116 e a duplicação da capacidade do Cinturão das Águas, que passa de 11 mil metros cúbicos por segundo, para 22 mil metros cúbicos por segundo.

Com a obra do Cinturão das Águas, o governador Elmano afirma que está garantida a segurança hídrica para a população do estado e para produção de hidrogênio verde. Neste segundo cenário, essa seria uma das alternativas caso o reuso da água tratada do esgotamento sanitário do Estado não seja suficiente.

Todos os estados serão contemplados e as obras foram escolhidas após diálogos com os governadores. Neste processo, cada governador teria sentado com a Casa Civil da Presidência da República e apresentado suas prioridades, especialmente, de infraestrutura.

Além disso, duas linhas de negociação foram levadas em conta: a primeira que utilizará recursos do orçamento Geral da União e a segunda que tratou dos financiamentos que os estados, que possuem capacidade de endividamento, podem realizar.

"Apresentamos um conjunto de 12 ideias de infraestrutura e ainda estamos negociando o últimos detalhes até a manhã de quinta-feira, mas temos uma perspectiva muito positiva de obras que são muito sonhadas, algumas iniciadas, mas que não tinha perspectiva de conclusão e que eu tenho certeza que fará uma importante mudança de estrutura no Estado", afirmou o governador.

Sobre o Anel Viário, Elmano destaca que há uma negociação com o Governo Federal e que, nos próximos dias deve ser assinado um convênio para que o repasse de recursos federais seja feito. O investimento é calculado em R$ 87 milhões.

Ao todo, são 32 quilômetros ao longo da Rodovia 4º Anel Viário por onde passam parte da produção que circula nos dois portos cearenses, o do Pecém e o do Mucuripe. Além disso, estão na margem da rodovia, condomínios logísticos, centros de distribuição, indústrias e a Central de Abastecimento do Ceará SA (Ceasa).

A construção da rotatória que dá acesso à BR-222 e o viaduto da BR-116 também foram dados como obras que serão feitas, assim como a finalização da ferrovia Transnordestina, até o final de 2026."Que escoará todos os grãos da região Matopiba (região formada por áreas majoritariamente de cerrado nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) pelo Porto do Pecém e fará o caminho inverso com a amônia verde que será usada como fertilizante no agronegócio."

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