A M. Dias Branco, empresa de alimentos cearense, apresentou um lucro líquido de R$ 217,9 milhões no segundo trimestre deste ano (2T23). Comparado com o mesmo período do ano passado (2T22), houve uma queda de 6,7%, já que o lucro naquele período foi de R$ 233,5 milhões.
As informações do balanço do segundo trimestre de 2023 foram publicadas pela empresa na última sexta-feira, 11, após o fechamento do mercado.
A receita líquida, usando a mesma base de comparação, aumentou 14,1%, tendo neste ano R$ 2,849 bilhões, ante R$ 2,497 bilhões do segundo trimestre de 2022. Os motivos, conforme a apresentação feita pela empresa ontem, 14, para investidores e a imprensa, são o aumento do volume de vendas em 8,5% e do preço médio dos produtos, em 5%.
Biscoitos e massas, carros-chefe da empresa, são 75% da receita corrente líquida. Ainda neste quesito, R$ 45,6 milhões vieram de exportações ou da operação adquirida no Uruguai (Las Acácias).
As linhas de biscoitos e massas são as que a companhia aponta como alavancadores do preço médio de produtos. A primeira por incorporar novos produtos, inovando em sabores o que já tem um bom volume de vendas. Já a segunda, por ter passado por um movimento de diminuição de gramatura (de 500 para 400 gramas), sem que se perdesse valor.
Na apresentação há também uma ampliação dos volumes em todas as categorias e o crescimento de 65,5% da receita de “outros” produtos (correspondentes às marcas Latinex, Jasmine e Las Acácias) como destaques para o incremento da receita.
O Ebitda, que significa lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, atingiu R$ 376,8 milhões, aumentando 5,5% comparados com os R$ 357,1 milhões do segundo trimestre de 2022. Já a margem Ebitda recuou, em um ano, de 1,1 ponto percentual, ficando com 13,2%.
A alavancagem da empresa - que é a relação entre a dívida líquida e o Ebitda, está com o melhor índice em um ano, apresentando 1,2 vez neste trimestre apresentado. No mesmo período do ano passado apresentava 1,3 vez e já chegou a 1,8 vez no quarto trimestre de 2022, ou seja, voltou a desacelerar.
A M. Dias Branco apresentou uma redução do nível de endividamento e um recorde de caixa no mesmo período de R$ 512 milhões.
Em toneladas, o volume vendido pela companhia passou de 418,5 mil para 454,1 mil toneladas. Assim, o volume total de vendas subiu 8,5% no segundo trimestre deste ano na comparação do mesmo período do ano passado.
Todas as linhas de produtos tiveram aumento em toneladas vendidas. Dos biscoitos foram comercializados 133,1 mil toneladas, um pouco mais do que as 132,1 mil do segundo trimestre do ano passado. Já as vendas de massas subiram de 89,4 mil toneladas (2T22) para 90,1 mil toneladas (2T23). No segmento de biscoitos, a participação no mercado (market share) aumentou 2,1 pontos porcentuais, chegando em 29,9%.
Apesar do maior volume vendido, a M. Dias diminuiu 2,9 pontos percentuais sua participação de mercado de massas (market share) na comparação entre o segundo trimestre de 2023 e o de 2022. Isso se deu, de acordo com a empresa, por conta da troca de produtos nos revendedores, tendo que descadastrar os produtos com a gramatura anterior e cadastrar os novos.
“Mas, sobre isso, o mercado de massas é um mercado maduro e diferente dos biscoitos, fizemos o movimento de redução de gramatura antes dos concorrentes e acreditamos que essa queda no market share seja provisória”, comenta Gustavo Lopes Theodozio, vice-presidente de Investimentos e Controladoria.
Ele ainda reforça que foi feito um trabalho com os pontos revendedores para que não houvesse ruptura de gôndolas e, com isso, a expectativa da empresa é que se normalize a participação no mercado até o final deste ano.
A empresa cearense, no período, manteve a liderança no mercado nacional em massas e biscoitos no período. Sendo que a farinha de trigo Finna é a número um em vendas de farinha de trigo doméstica.
Além disso, houve aumento de market share de farinha em valor de 10,3% para 11,6% e em volume de 9,2% para 10,1% se comparados os segundos trimestres de 2023 e 2022.