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Transferência de Terminal Marítimo de Fortaleza levará até um ano
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Transferência de Terminal Marítimo de Fortaleza levará até um ano

|APÓS LEILÃO| Principal desafio da administração pública na transição para a concessão do equipamento à iniciativa privada é manter estrutura mínima para receber visitantes
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Turistas desembarcam no Terminal Marítimo de Passageiros de Fortaleza (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Turistas desembarcam no Terminal Marítimo de Passageiros de Fortaleza

A transferência do Terminal Marítimo de Passageiros (TMP) de Fortaleza, hoje sob administração da Companhia Docas do Ceará (CDC), para a Aba Infraestrutura e Logística, vencedora do leilão de concessão da área portuária, realizada na última sexta-feira, 11, pode levar de cinco meses a um ano.

A estimativa é do presidente da CDC, Lúcio Gomes, e leva em conta, além dos trâmites burocráticos previstos no edital do leilão e no contrato de concessão, necessidades imediatas de manutenção da estrutura física do equipamento no período de transição, bem como o próprio planejamento para a temporada de cruzeiros, que ocorre, geralmente, entre outubro e abril.

Entre o último trimestre do ano passado e o primeiro quadrimestre deste ano, o terminal recebeu cerca de 25 mil passageiros, em um total de dez atracações de navios de cruzeiro, o que, segundo Gomes, era insuficiente para cobrir o prejuízo estimado em, pelo menos, R$ 400 mil. “O equipamento lá está com vários problemas: de ar condicionado, de iluminação, de escada rolante e de outras instalações. Então, a gente vai precisar continuar fazendo operações de emergência no período de transição”, citou.


“A gente vai receber um navio com passageiros e, antes disso, vai ter um navio da Marinha atracando e precisa receber com conforto e segurança essas pessoas. Então, a gente vai ter que alugar um ar condicionado provisório e o que for preciso para que tudo funcione. Ou seja, a gente vai continuar contratando, pontualmente, para esses eventos nessa fase de transição até que eles (a empresa vencedora do leilão de concessão) assumam e façam os investimentos mapeados”, disse o presidente da CDC.

Nesse sentido, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), detalhou “que os investimentos previstos no Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) totalizam R$ 3.191.475,00 contando reposições/retrofit de equipamentos e a aquisição dos carrinhos de bagagem e armários tipo locker. No cronograma do leilão, há ainda algumas etapas antes da homologação e convocação para assinatura de contrato”.

Já a Aba Infraestrutura e Logística projetou um investimento maior, superior a R$ 4 milhões. “Essa conquista segue as diretrizes de expansão do grupo, responsável pela administração”, pontuou o grupo, que administra também os terminais marítimos de Salvador, Santos e do Rio de Janeiro. A companhia ressalta ainda que “está há 37 anos no mercado e atua nos setores da infraestrutura e logística portuária, combustíveis e turismo”.

O leilão de concessão do equipamento despertou a atenção por conta do, aparentemente, baixo valor de outorga, que ficou em R$ 100 mil. Contudo, o presidente da CDC, Lúcio Gomes lembra que “o equipamento, como está, dá prejuízo. Hoje, eu posso dizer que ele é um peso para a administração da Companhia Docas, que vem ao longo dos anos tendo prejuízo. Esse equipamento, para a unidade de negócios contribui como peso negativo”.

“Nós vamos garantir com esse arrendamento que o serviço prestado será de primeiro mundo e ele deve dar aí uma receita na casa de R$ 52 a R$ 55 mil por mês, só de aluguel, e isso é positivo porque a manutenção vai ser feita pela Aba, por um período de 25 anos, que pode ser renovado lá na frente por quem estiver na administração da CDC”, acrescentou Gomes.

Quanto à empresa vencedora do leilão, vale destacar a operação no Terminal Marítimo de Passageiros de Salvador. Na última temporada antes da concessão, entre 2015 e 2016, o equipamento receber 59 atracações de cruzeiros com 104.118 passageiros.

Na temporada passada, esse número passou para 74 atracações e 216.425 passageiros, segundo dados da Secretaria do Turismo da Bahia.

Veja como foi o leilão!

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