O Índice de Atividade Econômica Regional do Ceará (IBCR-CE), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) estadual, apresentou crescimento de 1% nos seis primeiros meses de 2023, na comparação com período equivalente do ano passado.
Apesar do resultado positivo no 1º semestre, o crescimento da atividade econômica no Estado foi inferior ao verificado na região Nordeste, que teve expansão de 2,1% no período observado, segundo o Banco Central. Já a atividade econômica no Brasil cresceu 3,42% na comparação entre o 1º semestre de 2023, quando comparado ao 1º semestre de 2022.
Por sua vez, quando é verificada a atividade econômica cearense no 2º trimestre deste ano ante período equivalente do ano passado, a expansão é ainda mais modesta, de 0,1%. O desempenho também é inferior ao verificado regional e nacionalmente, com o Nordeste tendo índice 2,1% maior e o Brasil 2,65%, na comparação entre abril e junho deste ano, na comparação com período equivalente de 2022.
No mês de junho, o IBCR-CE subiu 0,4%, quando comparado com junho de 2022. Já o IBCR-NE teve alta de 2,1%, no mesmo período observado, mesmo percentual observado pelo IBC-Br, que mede a atividade econômica nacional. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a atividade econômica cearense cresceu 1,4%, ante 1,9% de crescimento no Nordeste e de 3,35% da expansão da atividade econômica do Brasil.
Para o presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Igor Lucena, o estado ainda sente os efeitos da pandemia e tem potencial de mudar esse quadro de crescimento inferior às médias nordestina e brasileira com o desenvolvimento da cadeia produtiva do hidrogênio verde,mas precisa acelerar a atração de investimentos no curto prazo. “É preciso que os investimentos que estejam no Ceará sejam para agora. O que eu analiso hoje é que a grande maioria dos investimentos que estão sendo projetados no Estado são para o longo prazo”, observa.
“Então, isso compromete o crescimento nesse momento. Agora, é uma situação calamitosa? Não, mas a gente poderia estar em situação melhor. O grande desafio é como é que a gente atrai investimentos que sejam valiosos em curto prazo. O hidrogênio verde é importante, mas o fruto que ele vai dar é de longo prazo. A gente não vai ver empregos e crescimento do hidrogênio verde agora e aí o que eu sou um pouco crítico é de a gente estar focando demais nisso. Tem diversos outros projetos de desenvolvimento que podem ser colocados”, defende o economista.
Nesse sentido, Lucena ponderou ainda que o Ceará é muito dependente da exportação de chapas de aço, principalmente para o mercado asiático, e sofreu com a desaceleração da economia da China e de outros países daquele continente. “Esse é um ponto que também pode estar impactando. Mas isso significa que a gente precisa de uma estratégia para contrabalançar esse fenômeno. A gente não pode ficar sempre dependendo de uma coisa só”, alerta.