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Refinaria da Noxis recebe licença prévia e planeja início das obras no Pecém
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Refinaria da Noxis recebe licença prévia e planeja início das obras no Pecém

| Combustíveis | Unidade tem investimento de R$ 10 bilhões
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Refinaria tem área reservada no setor 2 da ZPE do Ceará (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA Refinaria tem área reservada no setor 2 da ZPE do Ceará

A Noxis Energy recebeu a Licença Prévia do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Coema), publicada no Diário Oficial do Estado no dia 22 de agosto, e já planeja o início das obras da refinaria que projetou para a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará. Ao todo, são previstos R$ 10 bilhões em investimento - montante que torna o empreendimento o 2º de maior volume já aplicado no Complexo do Pecém, abaixo da siderúrgica (US$ 5,6 bilhões), em operação desde 2016, e acima da térmica Portocem (R$ 4,7 bilhões), em construção.

"Esse é um marco muito importante para o Estado do Ceará, um trabalho de quase três anos realizado em conjunto com o Governo do Estado, a Secretaria do Desenvolvimento Econômico, a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima, além do Complexo do Pecém, que nos deram todo o suporte para obtenção desta Licença Prévia", celebra Márcio Gonçalves, diretor executivo da Noxis Energy.

O empresário deve conduzir a empresa nas etapas de construção da refinaria. Em dez meses, o projeto executivo da planta será desenvolvido ao mesmo tempo que "a empresa irá finalizar a estruturação financeira do empreendimento."

Já a área reservada pela Noxis no setor 2 da ZPE do Ceará, de 106,6 hectares, deve ser preparada para a construção apenas após a emissão da Licença de Instalação, segundo informa a empresa.

Perfil e investidores

"Quando entrarmos em operação, a partir de 2027, grande parte da produção da refinaria será de combustíveis marítimos com baixo teor de enxofre, destinado ao abastecimento de navios de grande porte. Existe uma demanda enorme por esse tipo de produto nessa região do Brasil, mas falta oferta. Estimamos um potencial de mercado de aproximadamente 5 milhões de toneladas/ano para consumo na costa do nordeste e do Norte do País", ressalta Gonçalves sobre as possibilidades de negócios mapeadas.

O objetivo dele é "transformar o Porto do Pecém no principal hub de abastecimento para embarcações nesse ponto da costa brasileira", atendendo ainda "embarcações que seguem para a América do Norte, Europa e África". Gonçalves ressalta ainda que "a refinaria atenderá grande parte do consumo de diesel e gasolina no Estado" também.

A refinaria projetada pela Noxis tem como acionistas o Grupo Eitan Aizenberg, de Israel, e a Ariel Participações, composta por investidores brasileiros e estrangeiros com expertise em projetos como este.

Mais negócios

"Além disso, numa fase mais avançada da refinaria, vamos oferecer o abastecimento de metanol para os navios mais modernos, que já estão sendo construídos hoje para utilizar esse tipo combustível que vai praticamente zerar a emissão de CO² (Carbono) no modal marítimo”, detalha, acrescentando que o combustível terá um sistema de captura de CO² para gerar matéria-prima.

Os negócios futuros da empresa, inclusive, já estão em curso, de acordo com o diretor executivo. Os planos incluem uma “negociação com uma multinacional para o fornecimento de tecnologia para a instalação de uma planta específica de produção de metanol conectada à refinaria, para a produção do metanol azul e metanol verde ao utilizar o hidrogênio verde que será produzido por outras empresas no HUB de H²V do Complexo do Pecém.”

“Além disso, estamos estudando também a implantação de uma biorefinaria para a produção de bioquerosene de aviação (SAF). Ou seja, esse projeto terá vários desdobramentos em consonância com a transição energética. Temos investidores que se interessam por projetos com esse perfil de transição energética e que buscam ter segurança jurídica e operacional, elementos que o Estado do Ceará e o Complexo do Pecém nos oferecem. Por isso consideramos que esse é sim um projeto vitorioso”, arremata Márcio Gonçalves.

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