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Elmano promete zerar ICMS para cadeia produtiva do leite até 2024
Economia

Elmano promete zerar ICMS para cadeia produtiva do leite até 2024

| Desoneração | O imposto deve ter redução de 95% ainda neste ano via decreto. No próximo ano, alíquota será de 0%, segundo afirmou o governador em visita à fábrica da Alvoar Lácteos
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GOVERNADOR foi à fábrica da Alvoar, em Morada Nova (Foto: Luciano Alves/ Alvoar/ Divulgação)
Foto: Luciano Alves/ Alvoar/ Divulgação GOVERNADOR foi à fábrica da Alvoar, em Morada Nova

O governador Elmano de Freitas (PT) afirmou que vai zerar o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para a cadeia produtiva do leite no Ceará. De acordo com a fala dele durante a inauguração da expansão da fábrica da Alvoar Lácteos, em Morada Nova, um decreto deve ser publicado até este sábado, 26, ditando as regras da desoneração.

Elmano adiantou que o objetivo é promover uma redução de 95% até o fim de 2023 e, no próximo ano, zerar o ICMS para essa categoria do agronegócio do Estado. "Nós estamos reduzindo o ICMS para o setor da cadeia produtiva do leite porque somos convencidos de que mais importante do que arrecadar esse imposto é a oportunidade de trabalho e renda que isso vai gerar na região e no estado do Ceará como um todo", discursou.

Ao discursar, ele ressaltou que a medida vai beneficiar os pequenos produtores cearenses, que formam maioria na cadeia produtiva leiteira, e terão o produto mais competitivo para fechar negócios com os laticínios. Hoje, o estado produz 800 mil litros de leite por ano.

O presidente da Federação da Agropecuária do Estado do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, comemorou a decisão do governador e afirmou que a desoneração vai ajudar a atrair mais investidores para o Estado, no projeto da Faec de ter mais indústrias de beneficiamento do leite competindo e valorizando o trabalho dos produtores.

A Coca-Cola do leite

A quantidade de leite processado no complexo industrial da Alvoar Lácteos, inaugurado com a presença do governador, vai subir 15% e chegar a 1,6 milhão de litros por dia. O grupo, que inclui a marca cearense Betânia e a mineira Embaré, inaugurou ampliação com unidade de produção de leite condensado nesta sexta-feira, quando o CEO Bruno Girão afirmou que o objetivo do grupo é ser “a Coca-Cola dos leites”.

Isso porque o investimento da empresa também se dá na ponta das vendas, na qual 19 centros de distribuição atuam. Já a marca de refrigerantes tem 50 desses. Para a ampliação, o investimento foi de R$ 25 milhões. Na unidade, serão produzidas todas as linhas de leite condensado das marcas Betânia e Camponesa - que também faz parte do grupo.

Segundo a Betânia, a ampliação faz parte da implantação iniciada com a chegada do parque industrial em Morada Nova. Hoje, a fábrica, que é a maior fábrica de laticínios do Nordeste, tem capacidade de produzir 72 tipos de produtos.

Ampliação

“Essa é a segunda fase do projeto maior que foi a colocação de uma planta de leite em pó aqui em Morada Nova. Dois anos atrás, inauguramos a primeira fase e deixamos a planta para ser facilmente ampliada. Agora, a gente resolveu realizar o investimento de R$ 25 milhões na segunda fase, que é a possibilidade de fazer leite em pó e leite longa vida ao mesmo tempo. Isso amplia em 180 mil litros por dia a capacidade de processamento dessa aunidade”, ressaltou Girão em entrevista ao O POVO.

A fábrica, uma das mais completas do Brasil e já produzia toda a linha de lácteos da marca Betânia e passou a produzir a linha de leites UHT, leite em pó e creme de leite da marca Camponesa em junho deste ano. Com a ampliação, passa a produzir também os leites condensados integral e semidesnatado da Camponesa, além do leite condensado semidesnatado Betânia.

“Faltava essa unidade aqui no Ceará porque o leite condensado que a gente comercializava vinha de Pernambuco. A produção de leite vem crescendo no Ceará e no Nordeste a taxas maiores do que as médias nacionais. No Sudeste, há queda de produção. Para que a gente não abandone o produtor e continue crescendo com ele e tenha condição de processar todo o leite produzido estamos fazendo essa ampliação”, completou o CEO.

Foco e impacto no mercado de trabalho

Girão destaca que o Nordeste corresponde a 75% dos clientes do grupo. E, a cada 50 litros de leite captado pela Alvoar, um emprego é gerado na Região. Por isso, serão gerados 3,6 mil novos empregos a partir da operação plena da unidade ampliada.

A capacidade, inclusive, deve ser atingida, “sendo conservador, dentro de 3 ou 4 anos”. Perguntado sobre possíveis novos investimentos, ele afirma que novas linhas de iogurte estão sendo feitas, mas o foco do grupo, hoje, é o leite condensado.

“Uma indústria láctea os investimentos precisam ser balanceados e isso depende da produção de leite. No caso do Ceará, a gente acredita que não deverá fazer grandes investimentos no próximo ano ou até dois anos. Vamos, primeiro, concentrar na venda de leite condensado que estamos fazendo ampliação”, afirmou.

O repórter viajou a Morada Nova a convite da Alvoar Lácteos

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