O Valor Geral de Vendas (VGV) no mercado imobiliário em Fortaleza e sua Região Metropolitana (RMF) somou R$ 2,9 bilhões entre janeiro e agosto deste ano. O montante representa um salto de 114,6% na venda de apartamentos.
Os dados foram repassados ao O POVO com exclusividade pelo Sindicato da Indústria de Construção do Ceará (Sinduscon-CE). A entidade destaca o momento de ascensão no setor, num novo pico após o período de pandemia.
De acordo com o levantamento, feito em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, ainda mostram que o número de unidades vendidas entre janeiro e agosto passou de 8 mil na Grande Fortaleza, num avanço de 50,7% em relação ao mesmo período de 2022.
Durante esse período, um total de 8.086 unidades foram vendidas em Fortaleza e RMF, destacando-se 4.930 imóveis em Fortaleza, onde 2.641 unidades de padrão econômico e 2.289 de outros padrões.
A pesquisa também identificou o lançamento de 53 empreendimentos na área de Fortaleza e Região Metropolitana. Desse total, 20 empreendimentos estão situados em Fortaleza, sendo 10 deles de padrão econômico e 10 de outros padrões.
No que se refere aos padrões, além do Econômico, a pesquisa conferiu os lançamentos tidos como Especial, Standart, Médio, Alto, Luxo e Super Luxo.
Em Fortaleza, destaque para os lançamentos de prédios. Somente na Capital, foram disponibilizadas nos primeiros oito meses do ano 4.761 unidades residenciais verticais lançadas. Do total, 3.085 pertencem ao padrão econômico e 1.676 aos demais padrões.
O presidente do Sinduscon-CE, Patriolino Dias de Sousa, observa que os números positivos da Capital e RMF apontam para uma expansão saudável, robusto e em ascensão.
Ele destaca ainda que o setor teve como desafio nos últimos meses altas nos custos de produção.
"É importante observar que os custos da construção podem estar sujeitos a variações, especialmente devido a fatores como a inflação dos materiais de construção e o aumento nos custos de mão de obra. As construtoras têm enfrentado desafios relacionados ao aumento dos custos de produção, mas o mercado aquecido e a demanda crescente permitem que elas absorvam parte desses custos e mantenham margens de lucro saudáveis.”
Para Fábio Araújo, consultor da Brain Inteligência Estratégica, os números apresentados nesta pesquisa são extremamente animadores para o setor imobiliário em Fortaleza e região. "Eles confirmam o que temos observado: um mercado dinâmico e em crescimento constante", afirmou.
O desempenho do setor de construção civil tem o potencial de movimentar diversas cadeias produtivas e pode ser um alavancador do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria em 2023, avalia o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), André Montenegro.
André destaca que fatores como a volta do incentivo do Governo Federal aos projetos de habitação popular, a redução diferenciada de juros para a região Nordeste no Minha Casa Minha Vida, com subsídio que pode chegar a R$ 54 mil, além do aumento do limite de financiamento de imóveis pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Nesse cenário, o vice-presidente da Fiec lembra que muitas unidades devem ser lançadas e as construções devem continuar se ampliando. Isso deve impactar amplamente no avanço da indústria.
"Quando falamos em construção civil, falamos de uma locomotiva que puxa toda indústria. São praticamente 20 dos 40 sindicatos da indústria cearense ligados à construção, fora os serviços relacionados, como o de mobiliar e equipar as moradias", detalha.
DESEMPENHO DO MERCADO IMOBILIÁRIO
Janeiro a Agosto de 2023 - Fortaleza e Região Metropolitana